Internacional
FMI adia liberação de fundos para o Equador diante de 'incerteza eleitoral existente'

O Fundo Monetário Internacional (FMI) adiou nesta terça-feira (18) a liberação de US$ 410 milhões (R$ 2,33 bilhões) para depois das eleições presidenciais do país sul-americano.
O organismo multilateral justificou o adiamento dos recursos no que chamou de "incerteza sobre quem pode ser o vencedor".
Em abril de 2024, o presidente do Equador, Daniel Noboa, que busca a reeleição, assinou um acordo com o FMI para receber um crédito total de 4 bilhões de dólares (Cerca de R$ 22,7 bilhões) a ser pago em quatro anos.
Em entrevista à Sputnik, o analista econômico Andrés Rodríguez afirmou que o organismo poderia querer encerrar antecipadamente seu acordo, caso a candidata de oposição da esquerda Luisa González vença e demonstre uma "visão negativa" sobre o empréstimo.
O acordo, do tipo Serviço Ampliado do FMI (SAF), seria utilizado para lidar com vencimentos de dívidas junto ao próprio organismo e cobrir gastos sociais ou relacionados à crise de segurança que o país enfrenta.
De acordo com o especialista ouvido, o adiamento pode complicar os planos de Noboa, que recentemente perdeu uma garantia de 1,5 bilhão de dólares que o consórcio minerador Sinopetrol não conseguiu pagar a tempo pela adjudicação do campo petrolífero Sacha.
Rodríguez considerou que a falta dos recursos do FMI pode se tornar "algo bastante crítico", pois, embora o governo de Noboa tenha tentado encontrar outras formas de financiamento, "é o FMI quem tem fornecido o financiamento externo ao Equador".
O analista destacou que o governo de Noboa "planejou este ano com base nesses desembolsos parciais a cada seis meses" e, sem eles, terá que encontrar outra maneira de financiar gastos relacionados à segurança, como investimentos e despesas correntes.
O próximo governo equatoriano, ponderou ele, terá que se sentar não apenas com o FMI, como também com o Banco Mundial, a CAF (Banco de Desenvolvimento da América Latina e do Caribe) e o Banco Interamericano de Desenvolvimento, e possíveis governos aliados, devido à urgente necessidade de financiamento que o país tem "para cobrir parte do déficit fiscal e manter uma postura de desenvolvimento social nos próximos quatro anos".
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