Cidades
Vereador Salomão Torres que renunciou à liderança da prefeita Luísa Duarte se une ao Grupo dos Onze, agora Grupo dos Doze

Palmeira dos Índios — Em um movimento que sacudiu os bastidores políticos da cidade, o vereador Salomão Torres, até então líder do governo na Câmara Municipal, renunciou ao cargo de líder da gestão da prefeita Luísa Duarte. O fato ocorreu há aproximadamente 15 dias, mas continua reverberando nos corredores do poder municipal.
Conhecido como um dos mais fervorosos defensores do ex-prefeito Júlio Cezar, a quem era chamado, inclusive, de "baba-ovo-mor", Salomão manteve-se como um dos pilares de sustentação da prefeita após a saída de Júlio do cargo. No entanto, para surpresa geral, o vereador entregou a liderança e, ainda mais surpreendente, passou a integrar o Grupo dos Onze, que agora, com sua adesão, se autodenomina Grupo dos Doze — bloco de vereadores que faz oposição aberta e crescente à atual gestão enquanto ela não aceita a negociação proposta pelos edis.
Fontes ligadas ao Legislativo revelam que Salomão Torres não suportou a falta de cargos e benesses na administração municipal. Apesar de liderar o governo na Câmara, o vereador não foi contemplado com as indicações que reivindicava, o que teria gerado enorme frustração.
A saída de Salomão da função de líder fragiliza ainda mais a base política da prefeita, que já enfrenta dificuldades para manter a governabilidade diante da pressão de outros vereadores, que exigem, como é público e notório, 80 cargos de contratados para cada um, além de posições estratégicas em áreas como Saúde e Assistência Social.
A adesão de Salomão ao Grupo dos Onze, que agora se fortalece como Grupo dos Doze, muda o cenário político dentro da Câmara Municipal. Com um número robusto de vereadores, o grupo oposicionista poderá travar projetos de interesse da gestão e impor derrotas sérias à prefeita, que agora precisa buscar aliados para evitar o isolamento político.
Além do impacto na governabilidade, o episódio revela o desgaste interno da administração de Luísa Duarte, que não consegue atender à "fome" dos próprios aliados, colocando em xeque o discurso de “é pra frente que se anda” com o qual chegou ao cargo.
Nos bastidores, fala-se que a saída de Salomão poderá abrir caminho para outros aliados políticos também insatisfeitos com o tratamento recebido pela prefeita, o que ameaça desencadear uma crise ainda maior no governo municipal.
Até o momento, Salomão Torres não se manifestou oficialmente sobre os reais motivos de sua saída, mas já deixou claro, em conversas reservadas, que "não aceitaria mais ser líder de um governo que não respeita os vereadores que o sustentam".
Por outro lado, a assessoria da prefeita ainda não se pronunciou publicamente sobre a renúncia do vereador, mantendo o silêncio diante de um episódio que expõe de forma inédita a fragilidade política da gestão municipal que terá na quarta-feira (12) a primeira sessão sem liderança na casa pra defender seu governo.
A população assiste como num cinema, com a pipoca na mão, a mais um capítulo da crise política que parece longe do fim em Palmeira dos Índios.
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