Internacional

Portal indica obstáculos para EUA na criação do sistema antimísseis Cúpula de Ferro americano

A implementação do decreto do presidente dos EUA, Donald Trump, para criar uma Cúpula de Ferro para a América feita por analogia ao Iron Dome israelense, enfrenta sérias dificuldades técnicas e exigirá um enorme investimento financeiro, relata o Defense O

Por Sputinik Brasil 31/01/2025
Portal indica obstáculos para EUA na criação do sistema antimísseis Cúpula de Ferro americano
Foto: © AP Photo / Ariel Schalit

A "ordem executiva do presidente Donald Trump para criar um 'sistema de defesa antimísseis de nova geração' que possa 'proteger os cidadãos e a infraestrutura crítica de quaisquer ataques aéreos por parte de Estados estrangeiros', enfrenta sérias dificuldades técnicas e financeiras", detalha o portal.

Especialistas entrevistados pelo portal enfatizam que a Cúpula de Ferro israelense não foi projetada para as ameaças e as proporções que devem ser levadas em consideração para um sistema de defesa antimísseis de proteção do território dos EUA.

"Iron Dome [israelense] é projetado para interceptar foguetes de curto alcance e projéteis de artilharia, que é uma ameaça muito diferente dos mísseis balísticos de longo alcance direcionados aos EUA", disse Laura Grego, pesquisadora sênior no Programa de Segurança Global da União dos Cientistas Preocupados.

Segundo ela, a interceptação de mísseis balísticos intercontinentais requer um sistema completamente diferente e muito mais complexo.

"Cada bateria da Cúpula de Ferro pode cobrir uma área de cerca de 150 milhas quadradas. Para cobrir o território continental dos EUA seriam necessárias mais de 24.700 dessas baterias. Com um custo de US$ 100 milhões [cerca de R$ 580 milhões] por unidade, o custo total do sistema seria de cerca de US $ 2,47 trilhões [R$ 14,49 trilhões]", calculou o analista nuclear Joe Cirincione.

Analistas enfatizam que o conceito da Cúpula de Ferro para os Estados Unidos inclui a instalação de interceptadores no espaço. Essa ideia tem sido discutida desde a década de 1960, mas nunca implementada devido a obstáculos técnicos e financeiros.

Apesar das dúvidas dos especialistas, os apoiadores da iniciativa argumentam que os EUA precisam fortalecer seu sistema de defesa antimísseis, incluindo interceptadores orbitais, para combater os mísseis hipersônicos da Rússia e da China.