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Poetas de canto a canto

Se eu nascesse novamente/ Nasceria aqui de novo/ Para dizer ao meu povo/ Eu estou aqui presente/ Não ser nunca diferente/ Do que já fui no passado/ De novo dar meu recado/ Pra essa turma seleta/ Ser matuto e ser poeta/ Viçosa, muito obrigado. Poema de Jader Tenório, ex-funcionário do Banco do Brasil, ex-presidente do extinto Produban. Homem educado, sou seu fã.
A obra primorosa, fruto de profunda pesquisa realizada no hinterland
alagoano, bem como no Nordeste. Prefaciada pelo seu conterrâneo Denis Portela de Melo. Vale repetir o que dissera Pinto Ferreira a Lourival Batista:
“ Queria ver Lourival/ Morto debaixo do trem/ Ou num beco pedindo esmola/ Onde não passe ninguém/ E se passar, que seja cego também “.
As orelhas são de autoria do escritor viçosense Sidney Wanderley: Aqui o leitor encontrará uma seleta da melhor poesia popular já produzida no país. Destaco: Zé Limeira, Zé da Luz, Ivanildo Vilanova, Dimas, Lourival e Otacílio Batista, Cego Aderaldo, Chico Nunes, os Manoés Nenen e Xudu, Patativa do Assaré, Pinto do Monteiro, e dezenas de outros de nem sempre reconhecido valor e que fazem por merecer maior divulgação e estima.
Jader Tenório participou de vaquejadas, Encontros de Violeiros e percorreu léguas à procura de versos cantados pelo prodigioso Nordeste. Nessas cantorias, convidou à sua casa para vê-los cantar in loco. Por essas razões, saiu o livro que tantos pediram para curtir essa obra magnânima. Homenageou o saudoso José Aprígio Vilela: ” Rasgou-se a bandeira da nossa alegria/ Secou o riacho do sonho e das paz/ Apagou-se a tocha que nos conduzia/ Ao Porto Seguro dos nossos canais. Boa Sorte chora, Mata Verde se aquieta/ Seresta soluça no grande sofrimento/ Choram a esposa, os filhos e neta. Padecem os irmãos sem contentamento”.
Quando Manoel Gomes de Barros era Governador de Alagoas, convidou o poeta para assistir uma vaquejada no Parque Ivandro Cunha Lima, em Campina Grande - PB. No camarote onde estávamos, chegaram várias pessoas, inclusive autoridades. Em determinado momento chegaram à mesa três jovens. Todas elas se chamavam Clara. O governador falou: Jader, faz um verso saudando as três jovens. “Todas três se chamam Clara, São três rosas, três verbenas. Três cravos, três margaridas, são três lindas açucenas - No nome próprio, são Clara, mas são três morenas”.
José Sarney escrevera: O poeta nasce, não pode ser feito. Jader nasceu poeta dos bons. Inspiração não lhe falta. Tem tudo de bom a cantar. Mesmo que seja do seu jeito. Felicito-o pela obra de seu intento, que se chama Poetas de canto a canto.
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