Internacional

'Presente de despedida': últimas ações de Biden parecem querer dificultar ao máximo vida de Trump

As últimas decisões do presidente cessante dos EUA, Joe Biden, e sua equipe parecem ter o objetivo de criar o máximo de problemas para o presidente eleito Donald Trump e sua administração em todas as áreas de seus futuros esforços.

19/01/2025
'Presente de despedida': últimas ações de Biden parecem querer dificultar ao máximo vida de Trump
Foto: © AP Photo / Patrick Semansky

Com a presidência a poucos dias de ter início, a ferramenta mais eficaz são as sanções, que podem ser impostas rapidamente e dificilmente serão canceladas, devido ao seu pretexto político.

O mesmo acontece com as restrições americanas recém-impostas à Rússia no campo de comércio de petróleo e gás.

Há todos os motivos para supor que o slogan de apoio contínuo à Ucrânia, apesar das ameaças de Trump de reduzi-lo ao mínimo, é uma cobertura ideológica para frustrar os planos do novo presidente, principalmente em áreas econômica e social.

De acordo com uma análise, essas ações vão levar a um aumento significativo nos preços do petróleo, o que, em curto prazo, vai compensar a queda nos volumes de produção para o orçamento russo.

A interrupção completa das exportações russas de petróleo bruto e derivados petrolíferos implicaria um dos maiores déficits no mercado mundial de petróleo, de 5 milhões de barris por dia (bpd).

A retirada de um volume tão significativo do mercado mundial vai levar a um aumento nos preços do petróleo para US$ 150-160 (R$ 911-972) por barril.

Levando em conta que o preço do petróleo russo previsto no orçamento federal da Rússia é muito menor (US$ 65,9 ou R$ 400,5 por barril) essas medidas da administração Biden só aumentarão as receitas russas.

Por sua vez, os países do Oriente Médio atualmente não têm capacidades livres suficientes para substituir a participação russa no mercado, e sua criação exige investimentos e tempo significativos.

Uma das maiores promessas de campanha do presidente eleito Trump foi transformar os EUA em uma superpotência petrolífera, que controlaria os mercados mundiais por meio da remoção de todas as barreiras e obstáculos à produção, e reduzir o preço do petróleo para US$ 50 (R$ 303) por barril.

A análise da Sputnik revelou uma correlação de quase 100% entre os preços do petróleo e o preço de varejo da gasolina nos EUA.

Contudo, apenas cinco dias antes do anúncio de novas sanções à Rússia, Biden impôs sanções "antiamericanas". Ou seja, proibiu oficialmente a perfuração de petróleo e gás na costa atlântica e pacífica dos Estados Unidos.

Trump chamou essa decisão de ridícula e prometeu cancelá-la.

Um cálculo simples diz que, se as novas medidas petrolíferas de Biden forem implementadas com "sucesso", o preço de varejo da gasolina nos Estados Unidos mais que dobrará.

A ideia é que Trump, e não Biden, será o responsável por esse aumento.

Por Sputinik Brasil