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Após notificação brasileira, Meta volta atrás e diz que fim da checagem só vale para os EUA

A Meta, empresa de tecnologia de Mark Zuckerberg proibida na Rússia por atividades extremistas, aliviou o tom em resposta à Advocacia-Geral da União após ser inquirida sobre o fim do seu programa de checagem de fatos, que visa combater a disseminação de n

14/01/2025
Após notificação brasileira, Meta volta atrás e diz que fim da checagem só vale para os EUA
Foto: © AP Photo / Godofredo A. Vásquez

Segundo afirmado ao governo brasileiro, as mudanças ocorrerão primeiro em solo estadunidense antes de serem despachada para outros países.

"Planejamos criar, testar e melhorar as Notas da Comunidade nos Estados Unidos antes de qualquer expansão para outros países. Como parte desse processo de construção e lançamento, esperamos publicar mais informações sobre como as Notas da Comunidade funcionarão, incluindo os nossos planos para quaisquer relatórios de transparência relacionados à sua utilização", diz o documento enviado à AGU.

Na última sexta-feira (10), a Advogacia-Geral da União notificou extrajudicialmente a Meta para que a companhia prestasse explicações sobre a substituição do seu programa de checagem de fatos por um de notas da comunidade similar ao da rede de microblogging X.

O pedido, elaborado em uma reunião ministerial, indagava o país seria afetado com as mudanças. A empresa, conhecida pelos serviços de redes sociais Instagram, Threads e Facebook além do mensageiro WhatsApp, respondeu voluntariamente o pedido no fim do prazo de 72h estabelecido.

Há exatamente uma semana atrás, no dia 7, a Meta havia publicado uma mudanças em suas práticas de moderação de conteúdo. A medida de maior destaque foi o fim do programa de checagem de fatos. Segundo o diretor-executivo da companhia, os moderadores "foram muito enviesados" em suas contribuições.

Zuckerberg aproveitou o anúncio para se por ao lado do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump. Em suas falas o líder da empresa afirmou que nos países da América Latina há "tribunais secretos que podem ordenar que empresas removam conteúdos de forma silenciosa".

Dado o contexto de querelas entre o Supremo Tribunal Federal e a rede social X, de Elon Musk, bilionário e novo integrante do governo da Casa Branca, a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República viu referências às cortes brasileiras.

O anúncio do fim do programa de moderação não gerou preocupações no Brasil. Na Europa a preocupação com a disseminações de inverdades também preocupou os governos.

Em busca de coordenar esforços nesta situação, o o presidente da França, Emmanuel Macron, telefonou para o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, na última sexta-feira (10).

Por Sputinik Brasil