Política

Entre escândalos e negociações: Lula deve fazer reforma ministerial, dizem fontes à Sputnik Brasil

No segundo ano do terceiro mandato, o governo do presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vem enfrentando escândalos envolvendo ministros de pastas tidas como estratégicas e, embora tenha conseguido avanços na gestão, há dificuldades de costur

Sputink 31/10/2024
Entre escândalos e negociações: Lula deve fazer reforma ministerial, dizem fontes à Sputnik Brasil
Foto: AP Photo / Eraldo Peres

Entre escândalos, negociações e insatisfações, o presidente Lula se programa para fazer alguns ajustes em seus ministérios, além de garantir indicações tidas como importantes para manutenção de uma gestão de coalização. Entre as jogadas desse xadrez, cargos em ministérios, endosso de candidaturas na Câmara e Senado.

À Sputnik Brasil, fontes palacianas alertaram que há "um interesse" e já se desenham as costuras para "uma minirreforma ministerial". Movimento acontece em meio a uma insatisfação com representantes do governo e uma necessidade de melhorar a articulação do Executivo com o Legislativo, conforme assuntaram à esta agência lideranças próximas ao presidente Lula.

Entre os cargos para troca de comando estão o Ministério das Mulheres, Ministério das Cidades e Ministério dos Transportes. Nas coxias, comenta-se que a pasta das Cidades poderá ir para o Republicanos, Progressistas (PP) ou Partido Social Democrático (PSD). Nomes ainda são incertos, mas já circulam Arthur Lira (PP) e Rodrigo Pacheco (PSD).

Escândalos e insatisfações

Recentemente, conforme revelado pelo Alma Preta Jornalismo, o Ministério das Mulheres, sob o comando da ministra Cida Gonçalves, foi alvo de denúncias de assédio moral e racismo. O veículo aponta que "servidoras e ex-funcionárias relataram situações de assédio moral e racismo dentro da pasta, em especial contra mulheres negras".


"Não enxergamos como positivas essas situações dentro do governo. Principalmente, por se tratar de uma pasta tão importante para a nossa sociedade. Já basta o que presenciamos no outro [Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania]. O nosso governo precisa ser justo e não podemos tolerar nenhum abuso de poder — seja de qual esfera for — tampouco sermos coniventes com situações esdrúxulas como essas que são direcionadas [ao Ministério das Mulheres]", cravou um auxiliar do presidente Lula.

Quem estaria cotada para assumir o ministério em caso de saída da atual gestora seriam a senadora Teresa Leitão (PT-PE) — fruto de uma costura para dar ao seu suplente Silvio Costa (Avante-PE) uma vaga no Senado por Pernambuco — e a presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), Gleisi Hoffmann (PT-RS). Não há martelo batido ainda dentro da cúpula lulista.

À Sputnik, uma fonte palaciana afirmou que há "insatisfações com alguns quadros" por parte do presidente Lula. O que, por sua vez, estaria travando algumas negociações.


"A relação com o Congresso não é das piores, mas também não é das melhores. Precisamos fazer alguns ajustes em prol de uma melhor coalização de interesses e para melhorar a articulação [Executivo x Legislativo]", arguiu a fonte.

Negociações


Para evitar derrotas no Congresso Nacional, o governo está disposto a "indicar mais lideranças do centrão para assumir ministérios e secretarias estratégicas", segundo informações que circulam nas coxias.

"Já é sabido que, por mais que tenhamos alguns avanços, ainda há muito o que melhorar. Negociações são necessárias e a gente está disposto a fazer algumas concessões. Precisamos garantir um melhor funcionamento dos organismos para o bem do brasileiro", disparou uma liderança governista sob reserva.