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José Wilker: Acervo com mais de 6 mil livros está 'abandonado' nos fundos do Museu da Imagem e do Som no Rio; veja fotos
Depósito, conhecido como "Chacrinha", tem cupim, goteiras e não oferece condição adequada para a preservação das obras

Mais da metade da coleção "Na Cabeça do Zé - Acervo José Wilker", que conta com 9.100 livros, está dentro de caixas de papelão úmidas, jogadas em uma sala nos fundos do Museu da Imagem e do Som (MIS) da Lapa, no Centro do Rio. Doado pela família do ator José Wilker (1944 - 2014) em fevereiro deste ano, o acervo tem cerca de 3 mil exemplares expostos na biblioteca e mais de 6 mil espalhados no depósito, conhecido como "Chacrinha", que tem cupim, goteiras e não oferece condição adequada para a preservação das obras. O GLOBO obteve imagens do local que confirmam o abandono das obras.
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A coleção de Wilker ainda conta com 1.250 DVDs e inúmeros CDs, que estão disponíveis no banco de dados online do MIS RJ.
No mesmo local onde estão os exemplares do ator, há também centenas de livros do jornalista Ilmar Carvalho, que não estão catalogados no acervo por falta de informações sobre a procedência. Além disso, segundo informações, as obras não estão nem em condições de serem expostas, devido ao mofo e a umidade das caixas.
No site oficial, o MIS diz que o "rico material [de Wilker] encontrou o acolhimento necessário para continuar encantando o público". Em fevereiro deste ano – quando as filhas do ator, Mariana Vielmond e Isabel Wilker doaram as obras –, o presidente do MIS, Cesar Miranda Ribeiro, chegou a dizer que a "ação representou um marco em sua gestão, pela confiança depositada na instituição para catalogá-las".
Ainda de acordo com informações, existe uma casa de dois andares ao lado do prédio do MIS, conhecida como Escola de Dança. A porta do imóvel, que fica ao lado do "Chacrinha", abre para um espaço cheio de lixo, com sacos de plantas molhadas, além do chão de madeira e das paredes estarem mofadas. A estrutura não possui teto e está se deteriorando com o passar do tempo.
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O ar-condicionado de todas as reservas técnicas, que guardam o acervo do MIS, ficam ligados apenas durante o horário comercial, o que pode prejudicar a preservação das obras. Procurado, o MIS não comentou o caso até a publicação desta reportagem.
Criado em 1965, O MIS mantém duas sedes atualmente, uma na Lapa e outra na Praça Quinze, também no Centro do Rio. Além dessas, em 2008, decidiram criar um novo espaço. O lugar escolhido foi o terreno que abrigava a antiga discoteca Help, no número 3.432 da Avenida Atlântica, na orla de Copacabana. O projeto, criado pelo escritório americano Diller Scofidio + Renfro, prevê a construção de um prédio de 8 andares com área de 9,8 mil metros quadrados. Uma das características marcantes é a rampa que começa no calçadão de Copacabana e dá acesso aos andares, permitindo desfrutar a vista. No entanto, as obras estão paradas há mais de 14 anos.
Obras do Museu da Imagem e do Som de Copacabana
As obras do novo MIS de Copacabana foram iniciadas em junho de 2011 e deveriam ter ficado prontas em dezembro de 2014. Em junho de 2014, no entanto, o estado anunciou que 70% das intervenções estavam concluídas. Devido a contratempos, foram adiadas para 2016, antes da Olimpíada. Mas, diante da falta de recursos do estado, acabaram completamente paralisadas.
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Paralisados em setembro de 2016, os serviços foram retomados no início de 2022, sendo novamente interrompidos no fim do ano passado, segundo a Secretaria Estadual de Infraestrutura e Obras Públicas (Seiop). Além disso, duas licitações foram lançadas para concluir o museu: a primeira estava programada para ocorrer em janeiro deste ano, mas teve o edital suspenso pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ) um dia antes da licitação.
Em julho, foi dado mais um passo para a construção do novo MIS. No dia 2, a licitação para a realização de obras complementares, estimadas em mais de R$ 71,4 milhões e prazo de execução de 8 meses, foi publicada no Diário Oficial do estado.
O tipo de concorrência desta nova licitação é do menor preço em regime de empreitada. O texto do DO informou que a contratação é de "empresa especializada para conclusão das obras da nova sede" do museu. Essas intervenções, segundo o governo, incluem "a finalização dos projetos de acústica, iluminação, redes hidráulica e elétrica, sistema de ar-condicionado, sistema de incêndio, pressurização de escadas e paisagismo".
*Estagiário sob supervisão de Daniel Biasetto
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