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Ruanda faz proposta, e África pode voltar a receber prova da Fórmula 1 após 30 anos; Hamilton mostra apoio

Continente não recebe um Grande Prêmio desde prova na África do Sul, em 1993; executivo-chefe da categoria, Stefano Domenicali confirmou interesse e encontro em setembro

Agência O Globo - 22/08/2024
Ruanda faz proposta, e África pode voltar a receber prova da Fórmula 1 após 30 anos; Hamilton mostra apoio

O heptacampeão mundial Lewis Hamilton demonstrou nesta quinta-feira o seu apoio “100%” ao regresso da Fórmula 1 á África, em um momento no qual se fala de um eventual Grande Prêmio realizado em Ruanda.

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“Por que não estamos naquele continente?” Hamilton se pergunta sobre esta questão. “Já está 100% na hora. [...] Não podemos adicionar raças em outros lugares e continuar ignorando a África. Acho que fazer um Grande Prêmio lá vai mostrar o quão bom é o lugar e pode ajudar a trazer turismo e coisas boas”, estimou.

A África não recebe um Grande Prêmio de F1 desde a África do Sul, em 1993. Por isso, o executivo-chefe da principal competição do automobilismo, Stefano Domenicali, planeja se reunir no próximo mês com representantes de Ruanda, que fizeram uma proposta “séria”.

“Queremos ir para África, mas precisamos do investimento necessário e de um plano estratégico adequado”, explicou Domenicali ao Motorsport.com. “(Os ruandeses) apresentaram um bom projeto em circuito permanente, e marcamos uma data para falar com eles no final de setembro”, observou.

Procurada pela AFP, a Fórmula 1 confirmou que há negociações em curso com Ruanda. Marrocos foi o primeiro país africano a acolher um Grande Prêmio de Fórmula 1, em 1958, em Ain Diab, perto de Casablanca. Uma experiência que o reino do Magrebe nunca repetiu. A África do Sul organizou 23 Grandes Prêmios de F1, os três primeiros entre 1962 e 1965 em East London e os 20 seguintes, entre 1967 e 1993, no circuito de Kyalami, perto de Joanesburgo.

Ruanda, um país de 13 milhões de habitantes cuja história é marcada pela tragédia de um genocídio em 1994, investiu maciçamente no esporte nos últimos anos. A nação assinou patrocínios com os clubes de futebol Arsenal (Inglaterra) e Paris Saint-Germain (França), que exibiam "Visit Rwanda" em suas camisas. O pequeno país africano também ganhou o direito de sediar a Copa do Mundo de ciclismo de estrada de 2025.

O Presidente Paul Kagame vê estes investimentos como uma forma de diversificar a economia e aumentar a "estatura internacional" do país, enquanto os críticos acreditam que os gastos servem principalmente para desviar a atenção quando as ONG's o acusam regularmente de silenciar a oposição.