Internacional
Ataques de Israel causam 25 mortes no Líbano e em Gaza, dizem autoridades locais
Ofensivas ocorrem enquanto negociações sobre possível cessar-fogo em solo palestino se desenvolvem sem a presença do Hamas

Ataques atribuídos a Israel neste sábado mataram cerca de 25 pessoas na Faixa de Gaza e no Líbano, afirmaram autoridades em Gaza e em Beirute, em um momento em que mediadores de EUA, Catar e Egito tentam costurar um acordo de cessar-fogo no território palestino que possa acalmar as tensões regionais.
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A Defesa Civil do território palestino, administrado pelo Hamas e devastado por mais de 10 meses de guerra, anunciou que 15 membros da família Ajlah, incluindo nove menores de idade e três mulheres, morreram em um bombardeio israelense durante a madrugada em al-Zawaida, na região central do território. Os menores de idade tinham entre dois e 17 anos, segundo o porta-voz da Defesa Civil, Mahmud Bassal.
— Por volta de 01h00, três mísseis atingiram diretamente a casa. Havia principalmente crianças e mulheres lá dentro — disse a testemunha Ahmed Abu -l Ghoul à AFP, enquanto equipes de resgate retiravam os corpos dos escombros da residência.
O Exército israelense, que não comentou esta informação até o momento, anunciou neste sábado que eliminou combatentes do Hamas e de outros grupos que considera terrorista em Rafah e Khan Yunis, no sul e no centro do território palestino.
No Líbano, um bombardeio matou 10 cidadãos sírios, incluindo uma mulher e seus dois filhos, na região de Nabatieh, sul do país, anunciou o Ministério da Saúde. De acordo com o Exército israelense, suas forças realizaram um ataque noturno a um depósito de armas do Hezbollah.
'Novas condições' israelenses
Os incidentes ocorrem um dia depois do fim de conversações classificadas como "construtivas" sobre um cessar-fogo na Faixa de Gaza, realizadas no Catar sem a presença do Hamas. As negociações continuarão na próxima semana no Cairo, segundo os países mediadores.
O secretário de Estado americano, Antony Blinken, deve viajar para Israel no sábado para tentar "concluir um acordo" com base em uma nova proposta de cessar-fogo, segundo o Departamento de Estado. Na sexta-feira, o presidente americano, Joe Biden, garantiu que um acordo "nunca esteve tão perto" de ser alcançado, após apresentar uma nova proposta com vista à sua "implementação".
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Apesar do otimismo de Washington, um alto funcionário do Hamas afirmou que a ideia de que as conversas atuais evoluíssem para um acordo é uma "ilusão". De acordo com Sami Abu Zohri, membro do gabinete político do movimento palestino, as negociações são "a imposição das exigências americanas" e criticou um "enorme retrocesso".
A nova versão tem como base um primeiro plano anunciado por Biden no final de maio, que prevê uma primeira fase de seis semanas de trégua, a retirada israelense das zonas densamente povoadas de Gaza e uma troca dos reféns detidos pelo Hamas desde 7 de outubro por prisioneiros palestinos que estão em Israel.
Contudo o grupo palestino, que governa Gaza desde 2007 e não esteve envolvido nas conversas em Doha, rejeitou o que chamou de "novas condições" israelenses.
A nova versão integra as "condições do ocupante [israelense] e não está perto de um acordo", declarou à AFP um líder do movimento, que pediu anonimato.
Entre as condições de Israel estaria também a "manutenção das tropas israelenses" ao longo da fronteira de Gaza com o Egito e "o direito de veto" sobre prisioneiros palestinos que poderiam ser trocados por reféns do Hamas, segundo outro dirigente do movimento.
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