Política

Boulos critica Maduro por declaração sobre urna eletrônica: ‘lamentável, demonstra desconhecimento'

Candidato do PSOL já havia afirmado no passado que Venezuela não é uma ditadura

Agência O Globo - 24/07/2024
Boulos critica Maduro por declaração sobre urna eletrônica: ‘lamentável, demonstra desconhecimento'
deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) - Foto: reprodução

O candidato do PSOL a prefeito de São Paulo, Guilherme Boulos, criticou nesta quarta-feira a declaração do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, de que as urnas brasileiras não são auditadas.

— Lamentável, demonstra o desconhecimento dele sobre o sistema eleitoral brasileiro — disse Boulos, que no passado já havia afirmado que “a Venezuela não é uma ditadura”.

Em 2018, quando foi candidato a presidente, ele disse que há “problemas políticos na Venezuela, tanto na forma de fazer o governo quanto na forma da oposição tratar”. Mas acrescentou que “o governo Maduro foi eleito, não é uma ditadura”.

Dois anos depois, quando concorreu a prefeito de São Paulo pela primeira vez, Boulos afirmou que “nem Cuba e nem Venezuela são modelos de democracia”.

A declaração de Maduro colocando em dúvida o sistema eleitoral brasileiro, como fazia Jair Bolsonaro (PL) na disputa eleitoral de 2022, ocorreu durante um comício entre a noite de terça-feira e a madrugada de quarta. O presidente venezuelano criticou não apenas o processo eleitoral no Brasil, mas também os dos EUA e da Colômbia, países amplamente considerados democráticos.

— Temos o melhor sistema eleitoral do mundo. Tem 16 auditorias. Eles fazem uma auditoria, como vocês sabem, em 54% das mesas. Em que outra parte do mundo se faz isso? Nos EUA? É inauditável o sistema eleitoral. No Brasil? Não auditam nenhum registro. Na Colômbia, não auditam nenhuma ata. Na Venezuela, auditamos no momento, na mesa — disse Maduro.

Boulos foi questionado sobre a fala de Maduro após uma audiência com a presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Carmen Lúcia.

— Nós pedimos a audiência para a presidente do TSE pela preocupação com o avanço das mentiras nas eleições municipais, particularmente em São Paulo, que é a principal eleição do Brasil. Antes mesmo de começar a campanha oficial, a gente já tem sofrido uma série de ataques e mentiras.