Internacional
Biden vai desistir da reeleição? Entenda em 6 pontos a pressão sofrida pelo democrata
Declarações públicas de retirada de apoio e pedidos para que ele deixe a corrida eleitoral aumentam à medida que presidente dos EUA insiste que será o candidato democrata em novembro

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, tem repetido diariamente que não deixará a campanha à reeleição, porque acredita ser o democrata mais qualificado para derrotar Donald Trump em novembro. Mas desde seu desempenho desastroso no debate — e da sucessão de erros que aconteceram desde então —, a pressão para que ele desista de concorrer à Presidência tem aumentado, com aliados, congressistas, doadores, sindicatos, jornais, revistas e até celebridades pedindo por sua retirada.
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Veja abaixo em seis pontos a pressão sofrida por Biden nas últimas semanas:
Congressistas: Até o momento, cerca de 30 deputados e senadores democratas pediram que o presidente Biden encerrasse sua campanha e “passasse a tocha para uma nova geração”. Greg Landsman, que representa um distrito bastante competitivo de Ohio, pediu ao presidente que se afastasse. Jared Huffman, da Califórnia, Marc Veasey, do Texas, Mark Pocan, de Wisconsin, e Jesús “Chuy” García, de Illinois, emitiram uma carta conjunta para Biden na manhã desta sexta-feira, depois que Sean Casten, de Illinois, transmitiu uma mensagem semelhante em um artigo no Chicago Tribune. Martin Heinrich, do Novo México, que está concorrendo à reeleição em um estado que tende a favorecer os republicanos desde a fraca exibição de Biden no debate, tornou-se o terceiro senador democrata a pedir que o presidente Biden desista. E a deputada Zoe Lofgren, democrata da Califórnia e uma voz respeitada no Capitólio, também enviou uma carta a Biden pedindo que ele desistisse da disputa.
Líderes democratas: A ex-presidente da Câmara Nancy Pelosi, de 84 anos, conhecida há muito tempo por sua dureza e habilidade política, enviou sinais críticos de que o presidente deve pelo menos considerar a possibilidade de abandonar sua candidatura — até mesmo, de acordo com um aliado de Pelosi, pedindo que ele lhe mostre as pesquisas que cita em sua defesa. O senador Chuck Schumer, democrata de Nova York e líder da maioria, e o deputado Hakeem Jeffries, de Nova York, líder democrata da Câmara, realizaram reuniões pessoais separadas na semana passada com Biden para transmitir o alarme crescente entre os democratas do Congresso de que ele poderia perder a eleição e deixá-los em minoria nas duas câmaras do Capitólio. O ex-presidente Barack Obama também afirmou que as chances de Biden diminuíram e que deveria considerar seriamente a viabilidade da candidatura, segundo o jornal americano Washington Post.
Doadores: Do lado financeiro, a arrecadação de fundos também diminuiu significativamente. Na última semana, marcada por uma série de gafes do presidente ao final da cúpula da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), em Washington, megadoadores prometeram congelar US$ 90 milhões se Biden não se afastasse da disputa. Segundo fontes ouvidas pela CNN, a campanha pode fechar o mês com milhões abaixo da meta. Muitos doadores estão inclusive mandando e-mails afirmando que não enviarão mais cheques à chapa Biden-Harris e a outros candidatos democratas se o presidente não se afastar.
Sindicatos: Pela primeira vez desde o início da campanha, um importante sindicato pediu ao presidente Biden para desistir de sua candidatura à reeleição. Depois de indicar que apoiaria o democrata em novembro, o Local 3000 da Organização dos Trabalhadores do Comércio e Alimentação, que representa cerca de 50 mil trabalhadores de supermercado, varejo e outros setores no estado de Washington, disse nesta sexta-feira que se “ele continuar a demonstrar que é incapaz de fazer uma campanha eficaz e, posteriormente, perder”, um segundo governo Trump criaria um “risco imediato” para os trabalhadores. Outras organizações, como a União dos Trabalhadores do Setor Automobilístico e a Associação de Comissários de Bordo demonstram preocupação com a candidatura de Biden, embora não tenha retirado seu apoio publicamente. O suporte dos sindicatos tem sido uma fonte importante de força política para Biden, e qualquer desgaste pode ajudar a acelerar a pressão para que ele se afaste da corrida.
Hollywood e afins: Celebridades como George Clooney têm retirado seu apoio à reeleição de Biden. Na semana passada, o ator de Hollywood, que foi coanfitrião de uma grande campanha de arrecadação de fundos para o presidente em junho, disse em um artigo de opinião publicado no New York Times que o líder democrata era muito velho para tentar a reeleição e deveria encerrar sua campanha. Além de Clooney, a lista de famosos que retiraram publicamente seu apoio a Biden também inclui o cineasta Rob Reiner, o escritor Stephen King e o documentarista Michael Moore, além de alguns dos maiores doadores do Partido Democrata: Reed Hastings, cofundador da Netflix; Barry Diller, presidente e executivo sênior do conglomerado de mídia AC/InterActiveCorp; Abigail Disney, herdeira milionária da Disney; Damon Lindelof, showrunner das séries "Lost" e "Leftovers"; e Ari Emanuel, CEO da Endeavor, proprietária do UFC e da WWE.
Imprensa: A ideia de uma desistência da candidatura também perdura entre analistas e se reflete em editoriais recentes de importantes jornais e revistas, como o New York Times, o Wall Street Journal, a revista Time e até o britânico The Economist. Por fim, ainda houve o vazamento de vídeo com conversa do apresentador George Stephanopoulos, da rede ABC, após a entrevista exclusiva com o presidente que foi ao ar no início deste mês. Ao ser instado por um pedestre nas ruas de Nova York a dizer se Biden tem condições de comandar o país pelos próximos quatro anos, Stephanopoulos afirmou que não.
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