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Caos na final, estado dos gramados, pontualidade: as marcas da Copa América 2024

Ao estilo Superbowl, show de Shakira no intervalo da grande decisão, entre Argentina e Colômbia, gerou polêmica e também foi alvo de muitas críticas

Agência O Globo - 15/07/2024
Caos na final, estado dos gramados, pontualidade: as marcas da Copa América 2024

O caos na entrada do estádio Hard Rock, em Miami, antes da final da Copa América 2024, nos Estados Unidos, que deu à Argentina o bicampeonato continental, coroou uma série contínua de erros de organização e segurança no torneio continental, dois anos de distância da Copa do Mundo que o país organizará junto com o México e o Canadá.

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Correria, pessoas empurradas ao chão, até a tentativa de alguns de entrar pelas tubulações de ar-condicionado do estádio, segundo vídeos difundidos nas redes sociais, atrasaram o início do jogo em 80 minutos. Isto no meio do desespero de quem tinha o seu ingresso, como a mãe de Alexis MacAllister, a quem o jogador da seleção argentina teve de socorrer com urgência em uma porta de acesso ao estádio já vestido com a roupa de treino antes do jogo.

"Alexis teve que sair para nos colocar porque estava preocupado. E não podíamos continuar. Achei que o jogo não iria acontecer porque os jogadores estavam tentando resolver isso", disse sua mãe, Silvina, à imprensa.

As imagens também mostraram seguranças e policiais perseguindo quem acessava o local sem ingresso. Essas imagens se somam às vistas quarta-feira no Bank of America Stadium, em Charlotte, quando, após a semifinal em que a Colômbia venceu o Uruguai por 1 a 0, estourou uma briga nas arquibancadas da qual participaram jogadores uruguaios, após relatos de ataques de torcedores colombianos a seus familiares.

“Os jogadores reagiram como qualquer ser humano teria feito”, disse o treinador celeste, Marcelo Bielsa. “Se você vir que existe uma forma para que o que aconteceu não aconteça, se você vir que existe uma forma para que isso seja mitigado, ou seja, uma porta de fuga, e as duas coisas não acontecem e eles estão atacando a mulher, a mãe dele, um bebê, a esposa, a irmã dele, o que estão fazendo? Vão punir quem veio defendê-los?"

Shakira

Já no intervalo após o primeiro tempo da final, a cantora colombiana Shakira deu um grande show ao estilo do Super Bowl (decisão da temporada do futebol americano) que estendeu o intervalo para 25 minutos, dez a mais que o tempo regulamentar.

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O show de Shakira gerou polêmica porque dias antes quatro treinadores, Lionel Scaloni (Argentina), Marcelo Bielsa (Uruguai), Ricardo Gareca (Chile) e Fernando Batista (Venezuela), foram suspensos por um encontro e multados em US$ 15 mil por atrasos de até dois minutos para o retorno de seus times para o segundo tempo.

“Quando saímos, aos 16 minutos, nos multaram”, reclamou o argentino Batista, técnico do Vinotinto. “Quando termina o primeiro tempo não é hora de acertar o cronômetro de 15 minutos, mas sim de chegar ao vestiário”, defendeu o uruguaio Jorge Fossati, técnico do Peru.

Fosatti afirmou que “em vários estádios daqui (Estados Unidos), o vestiário fica a cerca de um quilômetro do meio do campo”.

Campos de futebol americano

O estado dos campos de jogos de vários estádios onde jogam times da NFL, a liga de futebol americano, também gerou polêmica desde o primeiro dia. Depois da passagem da Argentina à final, que venceu no domingo a Colômbia por 1 a 0 na decisão, Lionel Messi falou de uma taça "complicada", vencida em “campos muito ruins” e “temperaturas muito difíceis”, devido ao calor intenso.

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O brasileiro Vini Jr. reclamou, sem detalhes, “da forma como a Conmebol trata as pessoas”. O campeão mundial Scaloni foi o primeiro treinador a criticar os campos de jogo. “Graças a Deus vencemos, mas não se pode jogar futebol nesse campo”, disse ele após a vitória da Argentina por 2 a 0 sobre o Canadá na partida de abertura, no Estádio Mercedes Benz, em Atlanta.

“Já sabemos há sete meses que vamos jogar aqui, e há dois dias mudaram a grama de sintética para natural”, questionou.

Apenas 24 horas depois, Fossati culpou o campo do AT&T Stadium, em Arlington, Texas, pela lesão do capitão peruano Luis Advíncula na partida contra o Chile. Néstor Lorenzo também chamou a atenção no NRG Stadium, em Houston, no Texas, na partida Colômbia x Paraguai e criticou o tamanho do campo, afirmando que eram “bastante estreitas”.