Economia
PIB da China cresce abaixo do esperado no segundo trimestre, elevando pressão para mais estímulos à economia
Atividade econômica avançou 4,7% no período, com varejo fraco e crise no setor imobiliário. Resultado foi anunciado em meio à reunião do Partido Comunista

A economia da China registrou o pior ritmo em cinco trimestres, com varejo fraco, uma prolongada crise no setor imobiliário e a insegurança no emprego prejudicaram a recuperação econômica do país, aumentando a pressão sobre Pequim para liberar mais estímulos e aumentar a confiança dos consumidores e investidores.
O Produto Interno Bruto ( PIB) da segunda maior economia do mundo cresceu 4,7% no segundo trimestre do ano (de abril a junho), segundo dados divulgados pelo Gabinete Nacional de Estatísticas (NBS).
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Foi o ritmo mais lento desde o primeiro trimestre de 2023 e abaixo da previsão de 5,1% em uma pesquisa da Bloomberg junto a economistas. Também desacelerou em relação à expansão de 5,3% do trimestre anterior.
Numa base trimestral, o crescimento foi de 0,7%, contra uma revisão em baixa de 1,5% nos três meses anteriores, revelaram os dados do Gabinete Nacional de Estatísticas (NBS).
O resultado do PIB foi divulgado no mesmo dia em que o presidente Xi Jinping convocou a terceira reunião plenária do Partido Comunista para definir as principais políticas econômicas e políticas para os próximos anos.
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O governo também divulgou que a produção industrial aumentou 5,3% em junho, em comparação com as previsões dos economistas de 5%. Já as vendas no varejo aumentaram 2%, em comparação com uma previsão de crescimento de 3,4%.
O investimento em ativos fixos aumentou 3,9% nos primeiros seis meses, correspondendo a um aumento esperado de 3,9%. A taxa de desemprego urbano manteve-se inalterada em 5% em junho em relação a maio.
Crise no setor imobiliário se agrava
A contração no sector imobiliário continuou. Os preços de novos imóveis na China caíram, em junho, no ritmo mais rápido em nove anos, enquanto as vendas e os investimentos no setor imobiliário despencaram, aumentando a pressão sobre os formuladores de políticas para mais estímulos a fim de sustentar o setor abalado, que luta para se estabilizar.
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Os preços de novos imóveis caíram 4,5% em relação ao ano anterior, atingindo o nível mais baixo desde junho de 2015, uma queda mais acentuada do que a de 3,9% registrada em maio. Os preços caíram 0,7% de um mês para o outro em junho, após uma queda de 0,7% em maio.
Desde 2021, a acentuada desaceleração do mercado imobiliário levou uma série de incorporadoras à inadimplência, deixando inúmeros canteiros de obras parados. Isso corroeu a confiança no setor, tradicionalmente favorecido pelas famílias chinesas como um porto seguro para suas economias.
O setor imobiliário, que no seu auge representava um quarto do PIB, continua sendo um grande obstáculo para a economia de US$ 18 trilhões.
O abrandamento refletido nos dados — o primeiro conjunto de indicadores trimestrais sem distorções devido à pandemia — poderá reforçar os apelos para que Pequim intensifique os esforços para estimular o crescimento.
A China deve "avaliar plenamente as dificuldades, os desafios e as incertezas do desenvolvimento", reforçando ao mesmo tempo a confiança na economia, e aplicar corretamente as políticas macroeconômicas para promover um crescimento saudável, declarou o Gabinete Nacional de Estatísticas num comunicado que acompanha a publicação.
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