Quem vê Edvana Carvalho brilhando em " Renascer" na pele de Inácia, não imagina que ela passou por momentos de terror há cinco anos, quando quase entrou em depressão. Após um período dando aulas de teatro na periferia de Salvador (BA), sua cidade natal, ela precisou se afastar das escolas por conta de seu estado de saúde. Depois de uma consulta a um psiquiatra, a atriz também descobriu que estava com síndrome de Burnout (distúrbio psíquico caracterizado pelo estado de tensão emocional e estresse provocados por condições de trabalho).

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— Eu surtei. Tive uma síndrome, porque estava vendo professores serem violentados e desrespeitados. Comecei a achar que tudo que eu tinha feito até ali não valia nada. Que eu só ia adoecer e eles iam me trocar por outra pessoa. Era muito difícil aceitar que eu estava entrando em depressão. Comecei a ter vários sintomas de pânico e tristeza. Até que resolvi não ir mais. Após uma consulta no psiquiatra, descobri que também estava com síndrome de Burnout — conta a atriz de 57 anos.

Após ajuda médica, Edvana começou a tomar remédios e seu estado de saúde melhorou. Apesar dos problemas, a artista baiana afirma que amava ensinar adolescentes e jovens sobre o ofício do ator.

— Eu já estava tendo as crises em sala de aula. Ao mesmo tempo era uma tristeza perceber que estava adoecendo por causa de um trabalho que gostava tanto de fazer. Isso me deu uma dor tamanha. Como se eu tivesse faltando com minhas obrigações. E aí me culpei por isso. Comecei a me tratar com remédios, depois parei — afirma.

Após início de depressão, Edvana Carvalho se afastou das aulas

Após os momentos conturbados, Edvana Carvalho até pediu para voltar para a sala de aula, mas, hoje em dia, entende que não é a hora para retornar para a classe.

— Foi muito duro para mim. Difícil demais! Ainda não sei se volto para completar os anos e me aposentar ou se largo de vez. Porque não me iludo com o sucesso atual. Não é garantia de nada para o futuro. Não posso lembrar da época em que dava aula de teatro que me vem logo um gatilho doloroso. Então acho que ainda tem alguma coisa dentro de mim que precisa sarar. Quando eu terminar a novela, quero voltar a ter sessões (de terapia) para resolver isso. Para a sala de aula, acho mesmo que não consigo voltar, mas eu posso contribuir com as escolas com palestras, por exemplo — pontua.