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De Zélia Duncan a Mateus Solano, famosos lamentam fechamento de livraria infantil tradicional no Rio
Após 45 anos, Malasartes fecha as portas na Gávea: 'Era meu passeio favorito', comentou a atriz Alice Wegmann

Referência para várias gerações de leitores cariocas e pioneira em literatura infantojuvenil no Brasil, a tradicional livraria Malasartes anunciou nesta sexta-feira que vai encerrar as atividades, após 45 anos de história no Shopping da Gávea, na Zona Sul do Rio. O comunicado gerou comoção nas redes sociais, com diversos clientes lamentando o fechamento do espaço e lembrando de histórias da infância, inclusive famosos.
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A atriz Alice Wegmann foi uma delas: "Ah não!!!!!!! Fui tanto aí… Minha vó me levava todo mês pra escolher um livrinho. Era meu passeio favorito. Me veio até o cheirinho de vocês agora. Obrigada por tudo", agradeceu.
A cantora Nina Becker, integrante da Orquestra Imperial, juntou-se ao time de "órfãos" da livraria: "Sem palavras.. ️ foram muitas páginas e muitas horas nesses banquinhos, que vou guardar com as minhas melhores lembranças!", comentou ela na publicação sobre o encerramento das atividades.
stra Imperial, também se juntou aos "órfãos" da livraria: "Sem palavras.. ️ foram muitas páginas e muitas horas nesses banquinhos, que vou guardar com as minhas melhores lembranças!"
Os atores Mateus Solano, Maria Ribeiro, Larissa Bracher e Erom Cordeiro, a cantora Zélia Duncan, a jogadora de vôlei de praia Maria Clara Salgado e a artista plástica Beatriz Milhazes também lamentaram o fim da Malasartes." Uma tristeza… mas deixa um belo legado!", escreveu Beatriz. "Poxa vida… tantas crianças…", registrou Solano. "Livraria da vida dos meus filhos", completou a atriz Tereza Seiblitz. "Puxa! Que tristeza. Aí foi uma referência de coisas maravilhosas ️", engrossou o coro a também atriz Maria Padilha.
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Há quem tenha aprendido a gostar de ler frequentando a Malasartes, passando horas nas mesinhas folheando livros garimpados nas estantes vermelhas de metal, e que passou a levar os filhos ou netos. Ainda dá tempo de visitar e matar as saudades: a livraria ficará aberta até 31 de julho. Até lá, espera vender todos os livros do acervo.
Crise durante a pandemia
Em 2021, durante a pandemia, a Malasartes já havia passado por maus momentos. Com uma queda de 70% das vendas durante o período de confinamento, a filha de uma das sócias, Alice Amorim, criou um perfil no Instagram para divulgar os livros. Temendo o fim da livraria, como aconteceu com a congênere Timbre, frequentadores resolveram arregaçar as mangas e aderiram a uma campanha na Internet para salvar o lugar, que ganhou novo fôlego. Agora, porém, não resistiu à concorrência de plataformas de vendas on-line.
Inaugurada em 27 de setembro de 1979 no Shopping da Gávea como a primeira livraria infantil do Brasil, a Malasartes tinha como sócias, logo no início, Renata Moraes, a escritora Ana Maria Machado e Maria Eugênia Silveira. Depois, passou a ser tocada por Renata ao lado da irmã, Claudia Amorim.
— Depois da pandemia, muitos clientes seguiram como hábito das compras on-line, não só para os livros. E uma parte da clientela também saiu do Rio e não voltou, muitos se mudaram de vez para a Serra, outros para São Paulo — comenta Renata Moraes. — E o próprio shopping ficou com outras lojas vazias nos últimos tempos, o que acaba atrapalhando o movimento geral.
Durante muitos anos, a figura mais marcante do lugar foi dona Yacy Mattos de Moraes, mãe de Claudia e Renata, que recebia na loja as crianças e seus pais. Falecida em 2018, aos 89 anos, ela incentivava que as crianças manuseassem os livros antes de levá-los para casa. O anúncio do fechamento não causou apenas comoção nas redes: o sábado (13) foi de muito movimento, com clientes que voltaram à loja para comprar e ajudar o empreendimento.
— Se continuar assim, não sei se vamos ter estoque até o dia 31 — avalia a livreira. — Foi um dia de muita emoção, com vários clientes que vieram aqui criança e depois trouxeram seus filhos. Vários saíram daqui chorando, já perdi a conta do quanto chorei também.
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