O violoncelista Antonio Meneses, de 66 anos, um dos principais músicos brasileiros, cancelou sua agenda de concertos e afastou-se da sala de aula para cuidar da saúde. Ele leciona na Universidade de Berna, na Suíça, e estava escalado para um curso de verão em Siena, na Itália. Segundo um comunicado compartilhado em suas redes sociais, o músico foi diagnosticado em junho com Gliobastoma Multiforme, um tumor cerebral agressivo.

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“Meneses está atualmente recebendo cuidados paliativos na Suíça, onde vive, ao lado de sua família e amigos, que têm sido importante fonte de conforto em momento tão difícil”, afirma o comunicado.

Nas redes sociais, Meneses recebeu a solidariedade dos colegas. A cantora Ná Ozzetti escreveu: “Torcendo muito pela recuperação. Muita força, muita luz”. “Muita luz nessa luta!!! Torcendo muito pela sua saúde!! Tudo de melhor pra você”, disse o violonista e compositor Yamandu Costa. A pianista Erika Ribeiro também desejou “muita força” e “pronta recuperação”.

Nascido em Recife e criado no Rio, Meneses é um dos mais festejados solistas de sua geração. Venceu concursos importantes como o de Munique e o Tchaikóvski, realizado em Moscou. Mesenes venceu o Tchaikóvski em 1982. Foi o primeiro campeão não soviético desde a criação do concurso, em 1958. A notícia foi dada no programa de Hebe Camargo.

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O brasileiro construiu uma carreira prestigiosa, que incluiu colaborações com alguns dos mais destacados maestros e orquestras do mundo, como Herbert von Karajan e as filarmônicas de Berlim, Moscou, Nova York e Israel.

Meneses integrou o Beuax-Arts Trio e fez dupla com os pianistas Menahem Pressler e Maria João Pires. Também tocou com outros renomados pianistas brasileiros, como Nelson Freire, Cristina Ortiz, Arnaldo Cohen, Jean-Louis Steuerman, Ricardo Castro e Christian Budu.

Em entrevista ao GLOBO, em 2022, contou que recebeu o pai, João Gerônimo, que era trompista, a missão de decifrar o violoncelo.

— Não havia piano em casa. Meu pai proibia piano. Dizia: “Já tem pianista demais no mundo, tem que tocar outros instrumentos”. O sonho dele era ver os filhos na orquestra em que ele tocava, a do Municipal (do Rio). Só eu não participei desse sonho. Todos os meus irmãos vieram a ser músicos do Municipal: três violinistas e um violoncelista — recordou.