Internacional
Juiz determina prisão preventiva de seis meses para general Zúñiga e outros dois militares por golpe fracassado na Bolívia
Os três ficarão detidos em uma prisão de segurança máxima enquanto avança a investigação pelo levante armado
A justiça boliviana ordenou nesta sexta-feira seis meses de prisão preventiva contra três militares que lideraram o golpe de Estado fracassado contra o presidente Luis Arce, entre eles o general Juan José Zúñiga, anunciou o procurador Cesar Siles.
Perfil: Quem é o general Juan José Zúñiga, apontado como nome por trás de tentativa de golpe na Bolívia
"Esta detenção preventiva que o juiz está dispondo sem dúvida vai estabelecer um precedente", afirmou Siles, que atua como advogado do Estado. Os três militares ficarão detidos em uma prisão de segurança máxima enquanto avança a investigação pelo levante armado.
Zúñiga, ex-comandante do Exército, o vice-almirante Juan Arnez, ex-chefe da Marinha e Alejandro Irahola, ex-chefe da brigada mecanizada do Exército, serão mantidos em uma prisão de segurança máxima nos arredores de El Alto, cidade vizinha a La Paz. Os três enfrentam acusações de revolta armada e terrorismo e podem ser condenados a até 20 anos de prisão, disse Siles à televisão estatal.
'Golpe nunca deu certo': Lula se manifesta sobre mobilização de militares na Bolívia
No total, 21 militares ativos, soldados reformados e civis foram detidos pela tentativa de golpe de Estado da última quarta-feira, quando tropas com veículos militares blindados, liderados por Zúñiga, sitiaram a sede presidencial durante várias horas antes de se retirarem. Segundo o governo, os três comandantes depostos do Exército, da Marinha e da Aeronáutica estão envolvidos na conspiração.
Zúñiga afirmou no dia do levante que "a mobilização de todas as unidades militares" buscava expressar sua insatisfação "com a situação do país", alertando que não permitiria uma possível nova candidatura em 2025 do ex-presidente Evo Morales, do partido MAS (Movimento ao Socialismo), que governou a Bolívia de 2006 a 2019.
Ele fora destituído na terça-feira, após declarações polêmicas sobre a possível candidatura de Morales, afirmando que prenderia o ex-presidente se insistisse em concorrer apesar de ter sido inabilitado pela justiça eleitoral. Em uma entrevista na segunda-feira a um canal de televisão, ele disse que não permitiria "que a Constituição fosse pisoteada, que desobedecesse ao mandato do povo":
— Esse senhor está inabilitado, não pode voltar a ser de novo presidente deste país — afirmou.
As declarações atraíram várias críticas, e o presidente Arce convocou Zúñiga para informá-lo de sua destituição. Previamente, Morales havia solicitado em suas redes sociais que o presidente boliviano tomasse providências.
Mais lidas
-
1JUSTIÇA CÉLERE
Juiz nega intervenção administrativa e suspensão de recursos ao CSE
-
2LOTERIA
Mega-Sena acumula e irá sortear prêmio de R$ 18 milhões
-
3ESCÂNDALO NO CSE
Presidente José Barbosa responde a áudios vazados e acusações de divisão de receitas do clube
-
4A REVANCHE
CSE sob ameaça de intervenção: advogado entra com pedido de administração judicial e suspensão de recursos públicos e privados ao clube
-
5ADVOCACIA NO INTERIOR
Marianne Garrote é eleita presidente da subseção da OAB em Palmeira dos Índios