Internacional
Presidente da Bolívia rebate acusação de general e nega ter orquestrado tentativa de golpe fracassado
Juan José Zuñiga, preso após liderar o motim, afirmou que Luis Arce teria encenado 'autogolpe' para 'aumentar popularidade'
O presidente da Bolívia, Luis Arce, negou nesta quinta-feira ter armado para dar "um autogolpe" com o general Juan José Zuñiga, que liderou o levante militar, para "aumentar sua popularidade". A declaração rebate a acusação do ex-comandante das Forças Armadas, feita durante a sua captura na noite de quarta-feira.
— Como poderia ser uma instrução ou um planejamento de um autogolpe? [...] Ele agiu por conta própria — disse o presidente boliviano à imprensa.
Perfil: Quem é o general Juan José Zúñiga, apontado como nome por trás de tentativa de golpe na Bolívia
Segundo publicado pelo El País, Zúñiga disse a jornalistas que esteve com o presidente no domingo, ocasião em que Arce teria reclamado que a situação estava "muito complicada". Segundo o general, o presidente propôs "montar algo" para elevar a popularidade. Zúñiga afirmou ter questionado se veículos blindados deveriam ser usados, e o chefe de Estado teria dado sinal positivo.
Arce convocou os bolivianos a se mobilizarem contra uma tentativa de "golpe de Estado" e nomeou um novo comando militar horas depois de ter pedido respeito à democracia ao denunciar "mobilizações irregulares" de militares em frente ao Palácio Queimado, a sede presidencial em La Paz, na Praça Murillo.
Além da Bolívia: América Latina coleciona golpes frustrados e casos inusitados de mudança de poder
Em meio à movimentação das tropas, o presidente anunciou o general José Wilson Sánchez Velázquez como novo comandante das Forças Armadas, sucedendo ao general José Zúñiga. Desde terça-feira, circulavam rumores sobre sua possível destituição devido a declarações sobre a possível candidatura do ex-presidente Evo Morales em 2025.
Zuñiga foi preso horas após ter cercado o palácio presidencial por horas. Ele afirmou que "a mobilização de todas as unidades militares" buscava expressar sua insatisfação "com a situação do país." Além dele, outras 17 pessoas, incluindo militares ativos e reformados, foram detidas pela suposta ligação com a tentativa de golpe.
A tentativa de golpe foi condenada por todo o espectro político boliviano e pela comunidade internacional. Em nota, o governo brasileiro condenou, "nos mais firmes termos", a tentativa de golpe com a mobilização irregular de tropas do Exército "em clara ameaça ao Estado democrático de Direito no país".
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