Política
Lesa Pátria: empresários catarinenses denunciados pela PGR por bloqueio de rodovias após eleição são alvos da PF
Eles estão entre os investigados da 28ª fase da Operação Lesa Pátria deflagrada hoje

Dois empresários de Santa Catarina são alvos de mandados de busca e apreensão realizados nesta quinta-feira na 28ª fase da Operação Lesa Pátria. Ligados a um grupo empresarial que fabrica caldeiras e aquecedores industriais, Horst Bremer Junior e Lilian Bremer já haviam sido denunciados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por participar de bloqueios em rodovias federais ocorridos após as eleições de 2022.
Procurado, o advogado dos dois não quis se pronunciar até o momento.
Nesta fase da Lesa Pátria, a Polícia Federal apura os crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa, incitação ao crime, destruição e deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido.
Ao todo, a PF cumpre 27 mandados de busca e apreensão em três estados - Santa Catarina, Mato Grosso do Sul e Goiás.
Conforme a denúncia da PGR, os empresários aparecem em vídeos publicados nas redes sociais, pedindo a adesão ao movimento de contestação do resultado eleitoral em Rio do Su3, no interior de Santa Catarina. Segundo o Ministério Público, eles atuaram "ativamente na convocação e no apoio financeiro e logístico aos bloqueios, sobressaindo-se como lideranças".
Pessoas com o uniforme da empresa dos dois denunciados aparecem montando barricadas na BR-470, em Santa Catarina, em um ato que durou de outubro a novembro de 2022. E só foi encerrado após a intervenção da Polícia Rodoviária Federal, que precisou utilizar gás de pimenta para dispersar os manifestantes.
A PGR cita na denúncia uma entrevista dada por Horst na época, em que ele conclama a população a "tomar uma atitude uma vez por todas". "Nós, como empresários industriais, não só como cidadão, mas como industriais, temos que aderir a esse
movimento, trazer o nosso pessoal, para tomar uma atitude de uma vez por todas, e a gente ter o nosso Brasil, a nossa liberdade, a nossa dignidade, e não admitir essa situação que está acontecendo conosco", afirmou ele, na transcrição do texto.
Em manifestações anteriores no processo, a defesa dos alvos afirmou que eles participaram de manifestações de forma "ordeira e pacífica", "sem qualquer propósito espúrio ou ilegal".
A denúncia da PGR foi oferecida em 20 de maio de 2024 e ainda não foi analisada pelo Supremo. Os novos mandados contra eles foram determinados pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, relator da Lesa Pátria na corte.
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