Política

Lesa Pátria: empresários catarinenses denunciados pela PGR por bloqueio de rodovias após eleição são alvos da PF

Eles estão entre os investigados da 28ª fase da Operação Lesa Pátria deflagrada hoje

Agência O Globo - 20/06/2024
Lesa Pátria: empresários catarinenses denunciados pela PGR por bloqueio de rodovias após eleição são alvos da PF

Dois empresários de Santa Catarina são alvos de mandados de busca e apreensão realizados nesta quinta-feira na 28ª fase da Operação Lesa Pátria. Ligados a um grupo empresarial que fabrica caldeiras e aquecedores industriais, Horst Bremer Junior e Lilian Bremer já haviam sido denunciados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por participar de bloqueios em rodovias federais ocorridos após as eleições de 2022.

Procurado, o advogado dos dois não quis se pronunciar até o momento.

Nesta fase da Lesa Pátria, a Polícia Federal apura os crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa, incitação ao crime, destruição e deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido.

Ao todo, a PF cumpre 27 mandados de busca e apreensão em três estados - Santa Catarina, Mato Grosso do Sul e Goiás.

Conforme a denúncia da PGR, os empresários aparecem em vídeos publicados nas redes sociais, pedindo a adesão ao movimento de contestação do resultado eleitoral em Rio do Su3, no interior de Santa Catarina. Segundo o Ministério Público, eles atuaram "ativamente na convocação e no apoio financeiro e logístico aos bloqueios, sobressaindo-se como lideranças".

Pessoas com o uniforme da empresa dos dois denunciados aparecem montando barricadas na BR-470, em Santa Catarina, em um ato que durou de outubro a novembro de 2022. E só foi encerrado após a intervenção da Polícia Rodoviária Federal, que precisou utilizar gás de pimenta para dispersar os manifestantes.

A PGR cita na denúncia uma entrevista dada por Horst na época, em que ele conclama a população a "tomar uma atitude uma vez por todas". "Nós, como empresários industriais, não só como cidadão, mas como industriais, temos que aderir a esse

movimento, trazer o nosso pessoal, para tomar uma atitude de uma vez por todas, e a gente ter o nosso Brasil, a nossa liberdade, a nossa dignidade, e não admitir essa situação que está acontecendo conosco", afirmou ele, na transcrição do texto.

Em manifestações anteriores no processo, a defesa dos alvos afirmou que eles participaram de manifestações de forma "ordeira e pacífica", "sem qualquer propósito espúrio ou ilegal".

A denúncia da PGR foi oferecida em 20 de maio de 2024 e ainda não foi analisada pelo Supremo. Os novos mandados contra eles foram determinados pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, relator da Lesa Pátria na corte.