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Inácia em 'Renascer', Edvana Carvalho busca ancestrais para compor jeito de avó da personagem: 'Herança baiana'
Atriz de 56 anos acredita viver 'momento de colheita' com destaque em sua primeira novela das 21h

De certa forma, Edvana Carvalho começou a construir a sua personagem em “ Renascer” quando ainda era criança. O convívio com a avó e as tias em Salvador, na Bahia, a ajudaram a compor o tom da cozinheira Inácia, como ela conta em conversa no intervalo das gravações da novela das 21h da TV Globo.
Na trama, a atriz de 56 anos interpreta uma mulher com jeito de avó: estende uma mão amiga aos demais personagens em seus dramas particulares, ajudando no que pode — mas sem deixar de ser severa quando é preciso.
— O que tenho feito é uma reverência à minha avó e a outras mulheres da minha família. Uma mãe pega o pão e consegue dividir para a quantidade de filhos que ela tiver, sendo dois ou 12: todo mundo vai comer um pedacinho. É essa a energia feminina a que pertenço, e estou muito orgulhosa de estar propagando — diz Edvana, emocionada.
Nascida na capital baiana, ao viver Inácia a atriz tem evocado outras nuances de sua história. A abordagem de religiões de matriz africana é exemplo disso. Cenas nas quais ela faz referência aos orixás e outros elementos já viralizaram nas mídias sociais, com elogios de internautas.
Essa é uma mudança no remake de Bruno Luperi em relação ao texto que seu avô, Benedito Ruy Barbosa, fez para a primeira exibição de “Renascer”, em 1993. Na versão original, Inácia — interpretada pelas atrizes Solange Couto (na primeira fase da novela) e Chica Xavier — professava a fé católica.
Ao longo dos anos, Edvana já experimentou o relacionamento com o divino de várias formas. Frequentou a igreja católica, na qual é batizada e crismada, cultos evangélicos, se aprofundou no espiritismo e até chegou a estudar sobre o budismo.
— Não estou presa a nenhum dogma — afirma a atriz. — Consigo me comunicar com Deus da forma como acho melhor. Mas, só por ter sido criada em Salvador, tenho uma bagagem de religiões de matriz africana.
O convite para participar do elenco de uma novela que havia acompanhado na década de 1990 foi “um baque gostoso”, ela diz.
— Edvana foi o caso clássico de escalação à primeira vista. A presença cênica e a maneira de interpretar dela eram exatamente o que estávamos lendo na Inácia. Tinha essa sabedoria da experiência e da vivência — diz Gustavo Fernández, diretor artístico de “Renascer”.
Apesar de viver no Rio por conta das gravações da novela, Edvana não perdeu a essência da Bahia. E ela faz questão de lembrar isso até em poemas que escreve. Esses traços como autora influenciam a sua atuação.
— Edvana tem a característica de uma atriz que também é autora. Ela pensa na personagem que vive com todos os poros do seu corpo e vai criando arcos e possibilidades para que a personagem exista e cresça na narrativa. Ela briga por cada fração de personagem que ela incorpora — afirma Viviane Ferreira, cineasta que esteve à frente de “Ó pai, ó 2”, em que a atriz interpreta Lúcia.
Ao falar sobre Edvana, a diretora lembra ainda que a atriz é “super divertida, harmoniosa e interativa” nos bastidores (nuances identificadas por fãs nas mídias sociais também), além de já ter promovido festas com muitas danças no ambiente fora das câmeras.
E, para a atriz, o momento atual é de comemoração mesmo, em que não há brecha para tristeza dado o sucesso na carreira profissional:
— Estou passando por um momento de colheita — diz Edvana. — Depois de ter plantado tantas sementes, estou colhendo os frutos agora. Ainda não sei para onde isso tudo vai me levar, o que vai mudar na minha vida e na minha carreira. Mas falando sobre o tempo presente, está sendo um prazer enorme.
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