Política
Lula quita, em parcelas, cobrança de R$ 41 mil de taxa ambiental por obra em seu sítio Los Fubangos
Valor foi cobrado após fiscais da prefeitura de São Bernardo do Campo verificarem que presidente fez terraplanagem na propriedade sem alvará ambiental

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) quitou, de forma parcelada, o pagamento de multa de R$ 41 mil referente a infração ambiental devida por uma operação de terraplanagem, feita em 2017 no sítio Los Fubangos" em São Bernardo do Campo. A propriedade está em nome do político.
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Segundo o processo judicial, o presidente teria retirado terra do local, uma região com restrição ambiental, para nivelar o solo do terreno, sem a devida autorização da prefeitura. A defesa nega que Lula tenha cometido infração ambiental e afirma que houve "divergência no cálculo da metragem de terra retirada". A Prefeitura de São Bernardo cobrou a multa pela infração, e Lula acionou a Justiça, alegando erro no cálculo.
Em dezembro, o presidente e o município fecharam um acordo pelo parcelamento do valor, que totalizava R$ 62 mil. Lula aderiu ao Refis, e os juros e multas foram abatidos. A dívida, assim, caiu para R$ 41.740. O presidente começou a pagar imediatamente o débito parcelado, e neste mês foi informada a quitação à Justiça. Com isso, o processo será extinto.
Relatório de inspeção
De acordo com o relatório de inspeção de fiscais ambientais, foi identificada a movimentação de 1.358 m³ de terra no imóvel Los Fubangos, na região de Riacho Grande (SP), sem a devida apresentação de uma planta de aprovação de projeto, por não ter alvará ambiental para realizar a operação, o que contrariaria decreto municipal de 2015. O texto foi aprovado durante a gestão de Luiz Marinho (PT), então prefeito da cidade, hoje à frente do Ministério do Trabalho.
O sítio Los Fubangos, em São Bernardo do Campo, é propriedade em nome de Lula, e não tem relação com as acusações feitas no curso da Operação Lava Jato, referente a uma suposta titularidade de um sítio em Atibaia, no interior de São Paulo.
No caso do sítio de São Bernardo do Campo, a defesa argumenta que houve equívoco no cálculo da volumetria retirada. Alega que o volume de corte seria pouco mais da metade do tamanho apontado pela prefeitura, de 775,3 m³. Pelo recálculo, eles argumentam que o valor pago deveria ser de R$ 23.259. O caso foi alvo de disputa judicial durante quatro anos, até os advogados de Lula concordarem com o pagamento parcelado em seis vezes do valor inicial, de R$ 41.470. A primeira parcela foi quitada no ato da adesão ao valor, em novembro.
De acordo com os advogados, o projeto havia sido aprovado pela prefeitura local com um cálculo "completamente distinto". Novo alvará foi aprovado em 2019 para a realização da obra, em que o agente municipal responsável chegou a reconhecer que "a volumetria da movimentação do projeto aprovado considerava as condições do terreno natural", endossando assim a versão da defesa.
Em nota, a defesa de Lula afirmou que a ação havia sido ajuizada para questionar o procedimento adotado pelo fiscal que inspecionou a obra, devidamente autorizada, em 2017. “O valor da taxa havia sido recolhido, mas o fiscal realizou um cálculo diferente sobre o volume de terraplanagem previsto na respectiva guia, e a divergência formal deu ensejo à autuação. A despeito da existência de alvará expedido pela Prefeitura de São Bernardo do Campo, e da convicção do autor e de sua defesa pelo equívoco da fiscalização, optou-se, como já informado no fim do ano passado, pela adesão a um parcelamento amplo e geral oferecido pelo município, apenas com a finalidade de encerrar o litígio. De lá para cá, a única novidade é que as parcelas foram quitadas, e a Prefeitura pediu o fim do processo”, afirmou o advogado Roberto Piccelli.
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