Internacional

Lula critica pagamento de dívida por países pobres e defende mais investimentos em saúde e educação

Ao lado de presidente do Benin, governante brasileiro sugere debate sobre o tema no G20

Agência O Globo - 23/05/2024
Lula critica pagamento de dívida por países pobres e defende mais investimentos em saúde e educação
Foto: Reprodução/internet

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu nesta quinta-feira a troca das dívidas dos países africanos por investimentos em áreas como saúde e educação. Lula deu as declarações n Palácio do Itamaraty, ao lado do presidente do Benin, Patrice Talon.

— O que vemos hoje é uma absurda exportação líquida de recursos dos países mais pobres para os países mais ricos. Não há como investir em educação, saúde ou adaptação à mudança do clima se parte expressiva do orçamento é consumido pelo serviço da dívida — afirmou Lula.

Lula afirmou ainda que o grupo de trabalho sobre arquitetura financeira do G20 fará em junho um encontro com especialistas africanos para debater a questão da dívida africana.

— O grupo de trabalho sobre arquitetura financeira do G20 promoverá, em junho, um debate com especialistas africanos, cujos resultados levaremos para a reunião de ministros das Finanças do G20.

O Brasil é defensor de uma ampla revisão do endividamento global para permitir que as nações devedoras, sobretudo as africanas, tenham dinheiro para investir em projetos sociais e de desenvolvimento sustentável.

O Brasil tem um crédito de US$ 3,1 bilhões, ou o equivalente a cerca de R$ 15,4 bilhões, com 13 países, segundo um levantamento do Ministério da Fazenda revelado pelo GLOBO.

O governo brasileiro já começou a negociar a possibilidade de descontos com outros países credores, mas por enquanto apenas os africanos seriam negociados em conjunto. Cuba e Venezuela, por exemplo, que estão praticamente fora do sistema financeiro internacional, negociam saídas em separado com o Brasil.

Durante seu discurso, Lula também afirmou que era preciso prestar atenção em tragédias humanitárias como no Haiti e no Sudão.

— No momento em que as atenções se concentram na Ucrânia e em Gaza, não podemos deixar que o mundo se esqueça do Haiti, nem de outras tragédias humanitárias como a do Sudão.