Economia
Haddad: troca de comando da Petrobras é ‘natural’ e não teve interferência de ministros
Ex-presidente da empresa, Jean Paul Prates foi demitido nesta terça-feira após meses de desgastes

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta sexta-feira que a troca no comando da Petrobras é “natural” e aconteceu por decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), sem interferência de outros ministros. O presidente demitiu Jean Paul Prates na semana passada e indicou para o seu lugar Magda Chambriard.
— O que teve na Petrobras, regra geral, é (que o presidente é) quase um ministro. É uma pessoa que tem que ter uma relação muito próxima ao presidente da República, é a maior companhia do país. É estratégica por várias razões, então é natural que possa haver uma troca a depender do julgamento do chefe do Executivo — disse o ministro para jornalistas no ministério da Fazenda.
Jean Paul Prates foi demitido do comando da estatal nesta terça-feira. A decisão aconteceu após meses de desgaste entre Prates e os ministros Alexandre Silveira (Minas e Energia) e Rui Costa (Casa Civil).
Como mostrou O GLOBO, a demissão foi comunicada por Lula a Prates em reunião com Costa e Silveira.
Haddad, no entanto, nega que a decisão tenha relação com os conflitos entre o ex-presidente da estatal e seus companheiros de Esplanada.
— Como foram em todas as ocasiões em que Lula presidiu o Brasil, foi uma escolha muito pessoal dele, sem interferência de ministros. Como, nesse caso, também aconteceu. Não houve interferência de ministros, ao contrário do que vem sendo veiculado. Não aconteceu isso, foi uma escolha pessoal dele — afirmou Haddad nesta sexta.
O argumento do grupo de Costa e Silveira no embate com Prates era de que o antigo presidente não estava entregando os resultados da Petrobras que eram esperados pelo governo.
A decisão em torno dos dividendos, a respeito do valor dos ganhos que seria distribuído aos acionistas, desencadeou uma a crise que levou à demissão de Prates.
O ex-presidente da estatal defendia a proposta da diretoria da empresa de distribuir aos acionistas 50% dos recursos que sobraram no caixa após o pagamento dos dividendos regulares — R$ 43,9 bilhões.
Do outro lado, o grupo de Silveira e Costa queria segurar todo o dinheiro em um fundo de reserva para melhorar as condições da empresa de obter empréstimos para investimentos.
Lula arbitrou a disputa e determinou que os conselheiros indicados pela União votassem contra o pagamento. Depois, a Petrobras acabou aprovando o pagamento com o aval de Lula.
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