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Diretor iraniano Mohammad Rasoulof pede apoio internacional após fugir de seu país
Cineasta foi condenado à prisão e chibatadas

O cineasta iraniano Mohammad Rasoulof pediu nesta terça-feira (14) o "apoio claro" da comunidade internacional, um dia depois de anunciar que havia fugido de seu país, onde deveria cumprir uma sentença de prisão.
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"A comunidade cinematográfica mundial deve garantir um apoio claro aos realizadores" que sofrem perseguições por suas obras, explicou em um comunicado distribuído no Festival de Cannes, onde compete com "A semente do figo sagrado".
"A liberdade de expressão deve ser defendida com uma voz forte e clara", pediu Rasoulof, que revela em seu comunicado que decidiu deixar o Irã clandestinamente há um mês.
O diretor, que deveria cumprir uma pena de cinco anos de prisão, está em um local secreto "após uma jornada exaustiva", indicou o comunicado. "Ainda não se sabe se ele poderá viajar para Cannes com seu filme", um dos 22 em competição pela Palma de Ouro.
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O comunicado detalha que Rasoulof tinha sido proibido de deixar o Irã desde 2017. Naquele ano, seu passaporte foi confiscado. Entre julho de 2022 e fevereiro de 2023, ele esteve preso e foi libertado apenas por meio de uma anistia geral concedida a milhares de pessoas após grandes manifestações pró-democracia.
Pouco depois de ser libertado, foi informado que seria julgado novamente por causa de seu filme "A vida dos outros", que ganhou o Urso de Ouro em Berlim. Esse filme é um apelo contra a pena de morte, amplamente aplicada pelo regime iraniano.
"É difícil acreditar, mas no momento em que escrevo estas linhas, o jovem rapper Toomaj Salehi está detido na prisão e foi condenado à morte", lembrou o diretor.
Após ser condenado a oito anos de prisão por "conspiração para atentar contra a segurança do Estado", dos quais cinco anos são em regime fechado, Rasoulof decidiu deixar seu país "com pesar".
Rasoulof também revela que a filmagem de "A semente do figo sagrado" foi feita em segredo, preservando ao máximo a identidade dos atores. Alguns conseguiram sair do país após a conclusão do filme, outros estão sob pressão dos serviços de inteligência.
Rasoulof já apresentou três filmes em Cannes: "Adeus", em 2011, "Manuscritos não queimam", em 2013, e "Lerd", com o qual ganhou o prêmio de melhor filme na seção Un Certain Regard, em 2017.
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