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Achado cerebral dá pontapé importante para a criação de novo tratamento contra doenças autoimunes e Covid; entenda
Novo estudo foi publicado na revista científica Nature
Um novo estudo, publicado na revista científica Nature, mostrou o mecanismo presente no cérebro responsável por desempenhar um papel nas respostas do sistema imunológico. De acordo com os pesquisadores, existe um delicado equilíbrio entre os sinais moleculares que promovem a inflamação e aqueles que a atenuam.
"O eixo corpo-cérebro está emergindo como o principal condutor da fisiologia do organismo. Ele detecta e controla a função dos órgãos, o metabolismo e o estado nutricional. Aqui, mostramos que um insulto [ataque repentino] imunológico periférico ativa poderosamente o eixo corpo-cérebro para regular as respostas imunológicas", escreveram os autores.
Para encontrar este resultado, a equipe monitorou como funciona a atividade das células cerebrais após injetarem no abdômen de ratos alguns compostos bacterianos que desencadeiam inflamação. A partir disso, foram identificados neurônios presentes no tronco encefálico (região de transição entre o centro do sistema nervoso e a medula espinhal) que foram ativados em resposta.
Com uma droga, eles testaram a ativação e o silenciamento dessas células aparentes. No primeiro caso, os níveis de inflamação no sangue dos ratos foram reduzidos. Já, no segundo, gerou uma resposta imune exacerbada, com um aumento de 300% das moléculas inflamatórias em comparação aos ratos com neurônios ativos.
Além disso, outros experimentos mostraram dois grupos discretos de neurônios presentes nervo vago (parte do sistema nervoso autônomo, o qual é responsável pelas funções involuntárias do corpo).
— Encontrar maneiras de controlar essa rede corpo-cérebro recém-descoberta ofereceria uma abordagem para corrigir respostas imunológicas interrompidas em várias condições, como doenças autoimunes e até mesmo a COVID longa , uma síndrome debilitante que pode persistir por anos após uma infecção por SARS-CoV-2 — afirma Hao Jin, neuroimunologista do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas dos EUA e primeiro autor da pesquisa, em entrevista à Nature.
Segundo outro pesquisador da equipe, Charles Zuker, neurocientista da Universidade de Columbia, em Nova Iorque, existem indícios de que terapias direcionadas ao nervo vago conseguem ajuda no tratamento de doenças como a esclerose múltipla e a artrite reumatóide. Contudo, o ele ressalta que este é apenas o início.
— Dá muito trabalho ir daqui até lá [tornar estes tratamentos possíveis] — observa Zuker.
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