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Presos na Operação Maligno do MP passam por audiência de custódia nesta sexta-feira

Cinara Corrêa com agencias 17/05/2024
Presos na Operação Maligno do MP passam por audiência de custódia nesta sexta-feira
MP/AL

Cinco cooperativas estão envolvidas na organização criminosa especializada em fraudes na administração pública que desviou mais de R$ 200 milhões no Estado, segundo informação do Ministério Público de Alagoas, que deu uma entrevista coletiva à imprensa, nesta sexta-feira, 17.

As cooperativas fazem parte do grupo criminoso desarticulado durante uma operação, em Alagoas e Pernambuco. Disfarçada de cooperativas de prestação de serviços, a organização oferecia serviços ligados à administração pública, como coleta de resíduos sólidos, limpeza de vias públicas e contratação de profissionais para diversas funções. Tudo parte de um esquema destinado ao desvio de dinheiro público e enriquecimento ilícito dos envolvidos.

“Estamos verificando quais outros municípios contrataram essa e as outras cooperativas que estão atreladas a ela, fazendo o mesmo esquema de colocar pessoas sem concurso público nas prefeituras conforme indicações, gerando essa fraude em que o dinheiro vai parar com particulares”, comentou o promotor de Justiça, Klever Valadares.

Cinco pessoas foram presas durante a operação desta quinta-feira, acusadas de peculato, fraude em licitações e contratos, falsidade ideológica, desvio e lavagem de dinheiro público, dentre outros ilícitos penais.

Segundo as investigações, o grupo firmou contratos milionários com 20 municípios de Alagoas, movimentando R$ 243 milhões entre outubro de 2020 e março de 2023. O líder da quadrilha, o advogado Frederico Benigno Simões, segundo o MP, comprou um Porsche vermelho, modelo Carrera 911 e ano 2021, do ex-jogador Daniel Alves.

O veículo, avaliado em R$ 828 mil, foi apreendido em Petrolina (PE), onde mora o suposto líder do grupo que foi preso. O carro foi comprado e recebido pelo suspeito, mas ainda está no nome do jogador e não foi transferido para posse oficial da quadrilha.
A operação Maligno cumpriu um mandado de prisão em Maceió, três em Petrolina e mais um em Japaratinga, no Litoral Norte de Alagoas. Oito mandados de busca e apreensão foram executados nas mesmas localidades.

O Ministério Público informou que ainda conseguiu que a 17ª Vara Criminal da Capital determinasse o bloqueio e sequestros de bens dos denunciados no valor de R$ 46 milhões.
Além do advogado foi presa a esposa dele, Hianne Maria da Costa Pinto, Alisson Barbosa Freitas, Betuel Ferreira de Souza e Silvano Luiz da Costa. Todos eles devem passar por audiência de custódia nesta sexta-feira.

Foram descobertos contratos estabelecidos com Cajueiro, Quebrangulo, Porto de Pedras, Feira Grande, Pindoba, Carneiros, Olho d’Água das Flores, Mar Vermelho, Porto Real do Colégio, Pão de Açúcar, Estrela de Alagoas, Tanque d’Arca, Porto Calvo, Taquarana, Poço das Trincheiras, São Luís do Quitunde, Limoeiro de Anadia, Senador Rui Palmeira, Chã Preta e Flexeiras.

Segundo as investigações, tais contratos foram firmados por meio de licitações por “carona”, ou seja, através de atas de adesão ao registro de preço, modalidade licitatória que facilita a contratação.

APREENSÕES
Além do Porsche, a operação apreendeu dados telemáticos, outros automóveis de luxo, além do sequestro de um Hotel Fazenda, na cidade de Sento Sé, na Bahia, pertencente a um dos integrantes do grupo.