O prefeito Ricardo Nunes afirmou hoje que ainda tem "cerca de dez nomes" sendo avaliados como possíveis candidatos a vice em sua campanha para a reeleição. Ele negou que o atual presidente da Câmara dos Vereadores, Milton Leite (União Brasil), seja o favorito, mas afirmou que é um "bom nome".

Em entrevista à Rádio Bandeirantes, Nunes também contestou a informação de que estaria sendo feita uma pesquisa interna entre os partidos para definir quem será o escolhido. Ele deu a entender que uma definição deve sair só depois de julho, quando ocorrem as convenções partidárias.

Ricardo Nunes: Disputa por candidatura a vice envolve de vereadora bolsonarista a ex-ministro de Lula

Alguns dos outros pré-candidatos a vice foram citados nominalmente pelo prefeito aos jornalistas. Ele são o deputado estadual Tomé Abduch (Republicanos), a delegada Raquel Gallinati (PL), o delegado Osvaldo Nico (ainda sem partido), a vereadora Sonaira Fernandes (PL) e a vereadora Rute Costa (PL).

Nunes diz ter gratidão com Leite, porém, e sinalizou que deve recompensar de alguma maneira a boa relação que teve com a atual legislatura da Câmara.

Tabata Amaral: Datena se filia ao PSDB ao lado de deputada mas não crava candidatura a vice

— Ele não é o favorito. É um bom nome, de um partido importante, e é uma pessoa importante a qual eu eh reconheço todo o trabalho que desenvolve na Câmara — disse o prefeito. — Eu consegui votar tudo que eu quis. Consegui elevar a cidade para um novo patamar pelo apoio dos vereadores.

Nunes afirmou que ainda é cedo para tomar a decisão sobre o nome do candidato a vice porque a discussão ainda não "maturou" o suficiente.

Guilherme Boulos: Deputado é condenado a pagar multa por pesquisa que declarava liderança plena

— Eu tenho alegria de poder ter em torno de dez nomes de pessoas que estão sendo indicadas para vice. Isso também é um desafio, porque não é fácil ter tantos nomes e conseguir conciliar entre essa grande frente ampla que a gente construiu em São Paulo — afirmou o prefeito. — Quanto mais eu puder colocar lá para frente, mais eu vou.

Nunes disse que a decisão deve ser tomada com os aliados, e que "não tem necessidade" de encomendar pesquisas e sondagens.

Máfia dos ônibus

Em outro trecho da entrevista, Nunes se defendeu de acusações de que a Prefeitura de São Paulo teria sido leniente na avaliação de contratos com empresas de ônibus de São Paulo. A questão foi levantada depois de duas delas passarem a ser investigadas por ligação com a organização criminal PCC.

Nunes afirma que o contrato com essas companhias, a Transwollf e a UPBus, foi herança de um modelo de expansão da época em que cooperativas informais de perueiros começaram a se regularizar para disputar linhas na periferia.

— Esse processo começou em 2003. Vocês sabem muito bem quem era a prefeita da época e assinou os contratos emergenciais que trouxeram as cooperativas para dentro do sistema — disse, evitando citar nominalmente Marta Suplicy, na época filiada ao PT.

Lembrado pelos jornalistas de que Marta subsequentemente se filiou ao PMDB e foi secretária das relações internacionais dele mesmo, Nunes emendou sua fala.

— Não estou dizendo que ela tinha culpa. Estou só dizendo como é que começou esse processo — disse.

Marta voltou ao PT e é hoje pré-candidata a vice-prefeita na chapa de Guilherme Boulos (PSOL), que deve disputar um segundo-turno com Nunes se os resultados das pesquisas atuais se materializarem nas urnas.

Durante a entrevista, Nunes também se esquivou de citar Boulos nominalmente, chamando o adversário de "invasor dissimulado".

Política e investigações à parte, prefeito usou a maior parte de seu tempo para listar obras na cidade e para falar da saúde financeira da Prefeitura.