Internacional
Colonos israelenses são suspeitos de matar motorista de ambulância que socorria palestinos feridos na Cisjordânia
Acidente ocorre em meio à conclusão da operação contra campo de refugiados com 14 mortos; incidente separado matou outros dois jovens na região
Um motorista de uma ambulância da Sociedade do Crescente Vermelho (PRCS) foi morto por colonos israelenses enquanto transportava palestinos feridos, informaram o Ministério da Saúde palestino e a organização humanitária no sábado à CNN. Em outro episódio, uma equipe médica foi impedia de entrar em um hospital na região de Tilkarm, também na Cisjordânia. Os casos ocorreram em meio à conclusão neste domingo da incursão israelense ao campo de refugiados de Nur Shams, próximo a Tulkarm, que deixou ao menos 14 mortos, segundo a Cruz Vermelha. No mesmo dia, o Ministério da Saúde palestino informou a morte de outros dos palestinos, enquanto as Forças Armadas de Israel alegam ter "neutralizado" dois "terroristas".
O motorista da ambulância foi identificado como Mohammed Awad Allah Musa, de 50 anos, e trabalhava para a organização humanitária, de acordo com o Ministério da Saúde. À rede americana, o Crescente Vermelho afirmou que Musa teria morrido quando foi atingido por disparos realizados por colonos israelenses contra o veículo. Os militares estão investigando o caso, segundo o Haaretz.
Em outro caso separado, mas também envolvendo médicos da PRCS, uma equipe de ambulância foi barrada por soldados israelenses na porta de entrada do hospital Thabet Thabet, em Tulkarm, segundo a organização humanitária. Os agentes, ainda segundo o Crescente Vermelho, foram detidos e interrogados. Imagens compartilhadas pela organização com a CNN mostram a equipe dentro de um veículo do Exército, cercada por militares.
O Ministério da Saúde, também citado pela CNN, condenou ambos os casos, descrevendo a morte do motorista como um "assassinato deliberado [...] enquanto cumpria seu dever humanitário no transporte de (pessoas com) ferimentos causados por tiros de colonos perto da cidade de Al-Sawiya, ao sul de Nablus".
Balas 'reais' x balas da 'ocupação'
A violência e as detenções contra os agentes humanitários ocorreram em meio à escalada da tensão na Cisjordânia, que alcançou patamares históricos nos últimos dias. Desde quinta-feira, a Cruz Vermelha contabilizou 14 pessoas mortas durante a operação israelense contra o campo de deslocados Nur Shams. O Exército deu a operação como concluída, segundo a CNN, e afirmou por sua vez ter matado "10 terroristas" e prendido "oito suspeitos procurados".
As mortes somam-se a outras duas registradas também neste domingo. O Ministério da Saúde afirmou que os jovens Muhammad Majid Musa Jabareen, de 19 anos, e Mahmud Musa Jabareen, de 18, foram mortos por soldados israelenses, enquanto as Forças Armadas contam uma versão diferente: os militares confirmaram em uma publicação no X (antigo Twitter) terem "neutralizado" dois "terroristas" após frustrarem um ataque pela manhã.
Fontes de segurança palestinas, citadas pela agência de notícia Wafa, afirmam que o episódio ocorreu próximo à aldeia de Beit Einun, perto da cidade de Hebron. "Os soldados responderam à balas reais", afirmou o comunicado israelense, enquanto a pasta palestina fala que as mortes foram causadas por "balas da ocupação [israelense]".
Desde os ataques do Hamas em 7 de outubro, mais de 480 palestinos foram mortos na Cisjordânia por soldados e colonos israelenses, de acordo com o Ministério da Saúde palestino. No mesmo período, pelo menos 19 israelenses foram mortos por palestinos na Cisjordânia e em Israel, de acordo com o serviço de inteligência israelense Shin Bet.
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