Internacional
Bombardeio reivindicado pelo Hezbollah em Israel deixa 14 soldados feridos
Confrontos foram intensificados na região após os assassinatos de ao menos três comandantes do grupo libanês nesta terça-feira
O grupo libanês Hezbollah, aliado do Irã, reivindicou a responsabilidade por um ataque transfronteiriço com drones e mísseis no norte de Israel nesta quarta-feira. Segundo o Exército israelense, 14 soldados ficaram feridos no bombardeio, sendo seis deles gravemente. Os confrontos foram intensificados na região após os assassinatos de pelo menos três comandantes do Hezbollah por Israel nesta terça-feira.
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O ataque mais recente ocorreu num contexto de tensão de um conflito mais amplo entre Israel e Irã, que lançou mais de 300 mísseis contra o território israelense no último sábado. O Hezbollah, porém, disse que a ofensiva desta quarta ocorreu em resposta aos ataques de Tel Aviv no dia anterior. Os bombardeios de terça-feira desencadearam respostas retaliatórias do Hezbollah em bases militares e quartéis israelenses.
“Nas últimas horas, vários mísseis antitanque e drones foram identificados cruzando a fronteira a partir do território libanês em direção ao povoado de Arab al-Aramshe, no norte de Israel”, informou o Exército israelense em comunicado. “Seis soldados ficaram gravemente feridos, dois moderadamente e os outros seis, levemente”, acrescentou.
Desde o início da guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas na Faixa de Gaza, há mais de seis meses, o Hezbollah lança ataques quase diários contra o território israelense em sinal de apoio ao movimento palestino. Nos últimos meses, porém, as trocas de tiros entre o grupo libanês e o Exército de Israel têm se intensificado.
Escalada no conflito
Nesta segunda-feira, quatro soldados israelenses ficaram feridos após a detonação de uma bomba no norte do país, perto da fronteira com o Líbano. A ação foi reivindicada pelo Hezbollah. O grupo detalhou que seus militantes “plantaram uma bomba” perto da fronteira. O ataque ocorreu num momento em que Israel ainda estuda como responder à ofensiva do Irã, que contou com ajuda do movimento libanês.
Apesar da participação do Hezbollah no ataque de sábado, não está claro se os casos desta semana têm relação direta com a retaliação iraniana — Teerã justificou a ação do fim de semana como uma resposta ao bombardeio israelense à embaixada do país na Síria no início do mês. Na ocasião, ao menos 16 pessoas foram mortas, incluindo sete membros da Guarda Revolucionária do Irã e dois comandantes especiais.
Analistas afirmaram que o caso poderia fazer o conflito escalar para uma guerra total na região. Bassam Abu Abdallah, que dirige o Centro de Pesquisa Estratégica de Damasco e é próximo ao governo sírio, disse que antes “havia regras de engajamento”, mas que agora é “uma guerra total entre Israel e o Eixo de Resistência” — termo usado pelo Irã e seus apoiadores para se referir à aliança com grupos armados ao redor da região que compartilham uma postura antissionista e anti-americana.
— Agora está claro que a tendência é em direção à escalada — disse Abdallah. — Poderemos começar a ver um aumento dos ataques contra bases dos EUA na Síria, no Iraque ou em outros lugares.
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Comunidades no norte de Israel temem que uma escalada com o Hezbollah possa resultar em uma nova invasão do território do país, como a lançada pelo Hamas a partir de Gaza, quando mais de 1,1 mil pessoas morreram e cerca de 250 foram sequestradas. O movimento libanês, porém, tem uma força bélica muito superior ao grupo palestino. Analistas confirmam que, caso o ataque de 7 de outubro tivesse sido lançado do Líbano, provavelmente o número de vítimas teria sido maior.
Ainda nesta segunda-feira, o primeiro-ministro interino do Líbano, Najib Mikati, acusou o governo israelense de “arrastar a região para a guerra”, em comunicado emitido pelo seu Gabinete. O governo, no entanto, não tem controle das ações do Hezbollah, cujos cálculos estratégicos muitas vezes ignoram o Estado libanês.
330 mísseis e drones
Após o ataque israelense contra a embaixada síria em Damasco, o presidente iraniano, Ebrahim Raisi, afirmou que o caso não ficaria sem resposta, e o líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, advertiu que “o maldoso regime sionista” seria “punido”. Quase duas semanas depois, Teerã disparou 330 drones, mísseis balísticos e mísseis de cruzeiro contra Israel. Quase todos eles, contudo, foram interceptados e falharam em atingir seus alvos, segundo as Forças Armadas israelenses.
Ao menos nove países estiveram envolvidos na escalada militar de sábado. Projéteis foram lançados pelo Irã, Iraque, Síria e Iêmen e derrubados por Israel, EUA, Reino Unido e Jordânia. Em nota, o presidente americano, Joe Biden, disse que os Estados Unidos “moveram aeronaves de defesa de mísseis balísticos para região”, medida essencial, de acordo com ele, para o êxito em derrubar “quase todos os mísseis”. Já o líder francês, Emmanuel Macron, declarou que a decisão do Irã provocou “uma ruptura profunda”.
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Segundo o porta-voz do Exército de Israel, Daniel Hagari, 170 drones e 30 mísseis de cruzeiro foram disparados, mas nenhum entrou no território israelense. Além disso, ao menos 110 mísseis balísticos também foram utilizados no ataque. Destes, um “pequeno número” atingiu o Estado judeu. Como a maioria dos projéteis veio de relativamente longe, Israel conseguiu enviar caças stealth F-35 para interceptá-los. Segundo as Forças Armadas israelenses, 25 dos 30 mísseis de cruzeiro enviados pelo Irã foram derrubados fora do país.
Alguns disparos, porém, atingiram a base aérea de Nevatim, no deserto do Negev. Conforme Hagari, ela continua “funcionando”. Oficiais afirmaram que o local, onde estão baseados os caças F-35 do país, era o alvo principal do Irã. Segundo a BBC, um míssil atingiu uma pista de pouso, outro, um hangar de aeronaves vazio, e um terceiro, um hangar fora de uso. Outro míssil balístico parecia ter mirado um radar no norte de Israel, mas errou o alvo. A agência de notícias oficial do Irã, porém, disse que o ataque causou “golpes pesados” na base aérea. (Com AFP e New York Times)
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