Internacional
Universidade dos EUA cancela discurso de aluna muçulmana após ameaças de grupo pró-Israel
Uma renomada universidade americana cancelou os planos para que uma estudante muçulmana fizesse o discurso de graduação e atribuiu a decisão a preocupações com a segurança depois que grupos pró-Israel criticaram a escolha.
Se retaliar Irã: Israel sofrerá mais pressão internacional do que por guerra em Gaza, dizem analistas
Ataque do Irã: Israel pressiona por sanções contra programa nuclear iraniano enquanto avalia tom da reposta militar
A medida tomada pela Universidade do Sul da Califórnia (USC) em Los Angeles se tornou a polêmica mais recente em instituições de ensino superior nos Estados Unidos desde que o conflito entre Israel e o movimento islamista Hamas começou, em outubro.
Asna Tabassum, que tinha sido atacada na internet por "retórica antissemita e anti-sionista", foi eleita "valedictorian" (melhor estudante de sua turma), uma honraria que tradicionalmente dá ao escolhido a oportunidade de discursar para um público de mais de 65 mil pessoas.
No entanto, o reitor da universidade, Andrew Guzman, anunciou, na segunda-feira, que a cerimônia, prevista para 10 de maio, ocorrerá sem discurso.
"Infelizmente, ao longo dos últimos dias, a discussão sobre a escolha da nossa 'valedictorian' ganhou um teor alarmante", disse Guzman em nota.
"A intensidade dos sentimentos, avivada tanto pelas redes sociais quanto pelo conflito no Oriente Médio, aumentou até incluir muitas vozes fora da USC e escalou ao ponto de criar riscos substanciais relacionados com a segurança", acrescentou.
Guzman não deu detalhes no comunicado, mas segundo o jornal Los Angeles Times, Erroll Southers, vice-presidente associado da universidade para a segurança, disse que a instituição recebeu ameaças por telefone, e-mail e correio.
Há indivíduos que "estão dizendo que virão ao campus", assinalou.
A estudante criticou a decisão, ao considerar que a universidade "sucumbe a uma campanha de ódio" que busca silenciar sua voz.
"Embora esta devesse ser uma oportunidade de celebração para minha família, amigos, professores e colegas de classe, vozes antimuçulmanas e antipalestinas me escolheram para uma campanha racista de ódio por minha crença inabalável nos direitos humanos para todos", disse Tabassum em nota.
O ataque do Hamas que deu início à guerra, em 7 de outubro, causou a morte de 1.170 pessoas, a maioria civis, segundo números israelenses.
A resposta de Israel resultou em uma ofensiva na qual morreram pelo menos 33.843 pessoas em Gaza, a maioria mulheres e crianças, segundo o ministério da Saúde do território, controlado pelo Hamas.
A escalada do conflito repercute com intensidade particular nos campi das universidades americanas, onde tanto grupos pró-Israel quanto pró-palestinos denunciam ser vitimizados e silenciados.
No fim de novembro, um professor judeu foi suspenso por vários dias da USC de Los Angeles devido a declarações polêmicas. John Strauss disse a um grupo de estudantes pró-palestinos que membros do "Hamas são assassinos. É o que são. Todos deveriam morrer e espero que isso aconteça".
Nesta quarta-feira, a presidente da prestigiosa Universidade de Columbia, em Nova York, se tornará a mais recente líder universitária a ser questionada por congressistas se sua instituição faz o suficiente para combater o antissemitismo no corpo discente.
Mais lidas
-
1PALMEIRA DOS ÍNDIOS
R$43 milhões na Prefeitura e R$ 765 mil na Câmara em janeiro: Cadê a Transparência?
-
2USINA DE VOTOS
Em Palmeira dos Índios, mais da metade da população depende do Bolsa Família e há temor de uso eleitoreiro para 2026, com ex-imperador na disputa
-
3AÇÃO INTEGRADA
Mais de 20 pessoas são presas em operação contra organização criminosa
-
4DISCRIMINAÇÃO
Professor Cosme Rogério expõe racismo estrutural no PT de Palmeira dos Índios
-
5PALMEIRA DOS ÍNDIOS
No governo Luísa Duarte, PT fica em segundo plano e maior fatia da assistência social segue sob controle de aliados de Julio Cezar