Internacional

Tribunal internacional ouve queixa da Nicarágua contra a Alemanha por apoio a Israel

Manágua afirma que Berlim violou a Convenção das Nações Unidas sobre Genocídio de 1948, criada após o Holocausto

Agência O Globo - 08/04/2024
Tribunal internacional ouve queixa da Nicarágua contra a Alemanha por apoio a Israel
Tribunal internacional ouve queixa da Nicarágua contra a Alemanha por apoio a Israel - Foto: Reprodução / internet

Nesta segunda-feira, a Alemanha enfrenta acusações da Nicarágua, perante o Tribunal Internacional de Justiça (CIJ), de promover “a comissão do genocídio” contra os palestinos pelo seu apoio militar e político a Israel.

A Nicarágua levou a Alemanha ao TIJ para exigir que o tribunal impusesse medidas de emergência para impedir que Berlim fornecesse armas e outras assistências a Israel.

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Alemanha, Sebastian Fischer, disse, antes da sessão, que "rejeitamos as queixas da Nicarágua".

- A Alemanha não violou nem a Convenção do Genocídio nem o direito humanitário internacional, e iremos demonstrar isso plenamente perante o Tribunal Internacional de Justiça - acrescentou.

A Nicarágua apresentará os seus argumentos hoje, e a Alemanha responderá nesta terça-feira.

A Nicarágua afirmou num documento de 43 páginas que a Alemanha violou a Convenção das Nações Unidas sobre Genocídio de 1948, criada após o Holocausto.

“Ao enviar equipamento militar e agora retirar fundos à UNRWA (Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinos), a Alemanha facilita o cometimento do genocídio”, segundo o documento.

“O descumprimento alemão é ainda mais repreensível no que diz respeito a Israel, dado que a Alemanha tem uma relação autoproclamada privilegiada com aquele país, o que lhe permitiria influenciar o seu comportamento”, acrescentou Manágua.

A Nicarágua pediu à CIJ que impusesse “medidas provisórias” de emergência enquanto avalia o caso.

É “imperativo e urgente” que o tribunal ordene tais medidas dado que a vida de “centenas de milhares de pessoas” está em risco, acrescenta o documento.