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Tragédia em Angola: cerca de 50 pessoas morreram envenenadas após tomar poção para provar não ter ligação com feitiçaria

Casos aconteceram entre janeiro e feveiro no município de Camacupa

Agência O Globo - 14/03/2024
Tragédia em Angola: cerca de 50 pessoas morreram envenenadas após tomar poção para provar não ter ligação com feitiçaria
Cerca de 50 pessoas morreram envenenadas após tomar poção para provar não ter ligação com feitiçaria - Foto: Reprodução / internet

Cerca de 50 pessoas morreram envenenadas após tomar uma poção de ervas chamada “Mbulungo” para provar que não tinham relação com a feitiçaria, na Angola. Os casos aconteceram na comuna de Muinha, município de Camacupa, província do Bié, entre janeiro e fevereiro deste ano.

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A vereadora Luzia Filemone deu uma entrevista a Rádio Nacional da Angola contando mais detalhes sobre as mortes e acusou os curandeiros tradicionais de administrarem a mistura mortal, segundo o jornal britânico Daily Mail.

— Mais de 50 vítimas foram forçadas a beber este líquido misterioso que, segundo os curandeiros tradicionais, prova se uma pessoa pratica ou não bruxaria — disse Filemone.

A crença na bruxaria ainda é comum em algumas comunidades rurais de Angola, apesar da forte oposição da igreja na ex-colônia portuguesa predominantemente católica. As mortes foram confirmadas pela polícia.

— É uma prática generalizada obrigar as pessoas a beber o suposto veneno por causa da crença na bruxaria — disse o porta-voz da corporação da província, Antonio Hossi, à uma emissora local.

Ainda de acordo com o Daily Mail, o país não tem leis contra a bruxaria, deixando que as comunidades lidem com a questão como acharem adequado. As alegações de feitiçaria costumam ser resolvidas por curandeiros tradicionais — ou “marabus”, fazendo com que o acusado ingira a bebida tóxica à base de ervas chamada “Mbulungo”.

O governador da província do Bié, Pereira Alfredo, visitou a localidade e se mostrou preocupado com o fenômeno, declarou o jornal local Angola 24 Horas.

— Não se pode permitir que tais práticas ainda continuem a desestabilizar a vida nas comunidades — enfatizou ele.