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Condenado que escapou de execução após falha está há 40 anos no corredor da morte, nos EUA; saiba quem é

Descrito como serial killer, Thomas Creech matou ao menos cinco pessoas; ele chegou a escapar da pena de morte, mas foi novamente condenado após assassinar colega de cela

Agência O Globo - 01/03/2024

Condenado à pena de morte, o americano Thomas Creech seria submetido à injeção letal, nesta quinta-feira, mas sobreviveu após a equipe responsável enfrentar dificuldades de inserir em seu corpo o acesso intravenoso para administrar as drogas letais. O criminoso, que seria a primeira pessoa executada no estado de Idaho em mais uma década, está no corredor da morte há 40 anos.

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Descrito como serial killer na imprensa americana, Creech foi condenado pelo assassinato de duas pessoas, no Oregon e na Califórnia, além de dois homicídios em Idaho. Segundo a agência Associated Press, Creech viajou para a Califórnia após conseguir permissão para deixar um hospital psiquiátrico no final de semana.

Por conta dessas primeiras condenações, Creech foi sentenciado ao corredor da morte. No entanto, segundo o jornal local Idaho Statesman, a pena acabou reduzida para a prisão perpétua, após uma decisão da Suprema Corte dos EUA proibir sentenças de morte automáticas após uma condenação. Ele, no entanto, foi novamente condenado à pena de morte após assassinar um colega de cela, em 1981, dentro de uma prisão de segurança máxima.

O que acontece agora

Thomas Creech, 73, permaneceu na câmara de execução por uma hora, enquanto a equipe tentava inserir o acesso intravenoso para administrar as drogas que tirariam a sua vida, informaram funcionários da prisão e testemunhas. O diretor do Departamento de Correção do estado, Josh Tewalt, afirma que as autoridades do estado vão debater, nos próximos dias, se e quando solicitam outro mandado para a execução.

"O Sr Creech será devolvido à sua cela e as testemunhas serão escoltadas para fora das instalações. Como resultado, a sentença de morte expirará", disse o comunicado oficial. "O Estado considerará os próximos passos."

Segundo a CNN, Tewalt confirmou que outra tentativa de injeção letal exigiria que o Idaho adquirisse novas substâncias para o procedimento, em meio às dificuldades enfrentadas pelos estados americanos no acesso a medicamentos desse tipo.

À luz dessas dificuldades, inclusive, legisladores de Idaho aprovaram o "pelotão de fuzilamento" como um meio de execução, caso não haja drogas disponíveis ou algum veto constitucional para a injeção letal. A lei foi sancionada em março de 2023 e entrou em vigor em julho passado.

"Esta lei concede ao diretor do Departamento de Correções de Idaho (IDOC) o autoridade para determinar se a injeção letal está disponível e, se considerada indisponível, para realizar a execução por fuzilamento", explica o site do Centro de Informação sobre a Pena de Morte. Tewalt ponderou que o estado não tem as instalações necessária

Questionado se o departamento consideraria o uso de gás nitrogênio para uma execução, como ocorreu no caso do detento Kenneth Smith, no Alabama, em janeiro deste ano, Josh Tewalt disse que isso exigiria uma mudança na lei do estado de Idaho. Smith também havia sobrevivido a um procedimento de injeção letal, meses antes de ser morto com o método inédito no país.

— Em termos de estabelecer quando solicitar outra sentença de morte ou se deve solicitar outra sentença de morte, acho que essas são discussões que terão que acontecer nos próximos dias — afirmou o diretor.