Internacional

Lula diz que menção ao 'Holocausto' foi uma 'interpretação' de Netanyahu

Agência O Globo - 28/02/2024
Lula diz que menção ao 'Holocausto' foi uma 'interpretação' de Netanyahu
Lula - Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva negou, nesta terça-feira, ter usado a palavra "Holocausto" ao criticar a ofensiva de Israel em Gaza, o que gerou uma crise diplomática. Segundo ele, houve uma "interpretação" do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.

"Primeiro, eu nem utilizei a palavra 'Holocausto'. 'Holocausto' foi interpretação do primeiro-ministro de Israel, não foi minha", disse Lula, em entrevista à RedeTV.

"Eu não esperava que o governo de Israel fosse compreender, porque eu conheço o cidadão [Netanyahu] historicamente já há algum tempo. Eu sei o que ele pensa ideologicamente", acrescentou.

Lula acusou Israel, em 18 de fevereiro, de cometer "genocídio" na Faixa de Gaza e comparou as ações do exército israelense contra o movimento islamista Hamas com "quando Hitler resolveu matar os judeus".

Após essas declarações, Israel declarou Lula "persona non grata" e exigiu um pedido formal de desculpas. Além disso, convocou o embaixador brasileiro em Tel Aviv, Frederico Meyer.

Por sua vez, o Brasil chamou seu embaixador para consultas e convocou o representante israelense em Brasília, Daniel Zonshine.

Lula insistiu, nesta terça-feira, que é um "dado histórico" que Netanyahu "está praticando um genocídio contra mulheres e crianças" na Faixa de Gaza.

"O governo de Israel quer efetivamente acabar com os palestinos" nesse território, afirmou.

O presidente do Brasil, cujo país preside o G20 este ano, condenou "os ataques terroristas" de 7 de outubro, quando integrantes do Hamas mataram 1.160 pessoas, na maioria civis, e sequestraram cerca de 250 no sul de Israel, segundo um balanço da AFP baseado em dados israelenses.

Mas Lula tem sido cada vez mais crítico à resposta militar israelense, na qual quase 30 mil pessoas foram mortas em Gaza, em sua grande maioria civis, segundo o Ministério da Saúde do território palestino governado pelo Hamas.