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O poder da negritude toma conta do segundo dia de desfiles na Sapucaí

pollyane.marques 09/02/2024
O poder da negritude toma conta do segundo dia de desfiles na Sapucaí
O poder da negritude toma conta do segundo dia de desfiles na Sapucaí - Foto: reprodução

A homenagem a um ícone do samba, da música brasileira e da escola do morro da Mangueira pede passagem no quarto desfile na Marquês de Sapucaí já na madrugada da terça-feira (13) de Carnaval. Com o enredo, a Negra Voz do Amanhã, dos carnavalescos Guilherme Estevão  e Annik Salmon, a Estação Primeira de Mangueira, vai  reverenciar a cantora Alcione. Como canta o samba-enredo, Negra voz, orgulho da nação.

Estevão adianta que o desfile da verde e rosa vai passear por toda a vida da artista desde o Maranhão, seu estado natal. 

Na sequência, a Paraíso do Tuiuti resgata na avenida a história de mais um herói negro brasileiro, em busca do seu segundo título no Grupo Especial.

O enredo Glória ao Almirante Negro, do carnavalesco Jack Vasconcelos, conta a  revolucionária trajetória de Joao Cândido Felisberto, que ficou conhecido como o almirante negro, após ter liderado a revolta da Chibata, em 1910, um levante para acabar com as práticas violentas e maus tratos da Marinha aos colegas marinheiros, em sua maioria, negros.

O desfile, segundo Vasconcelos, vai mostrar a importância da figura e resistência de Cândido e como muito do contexto em que ele lutou ainda se faz presente nos dias atuais.

Já no amanhecer, a última escola a desfilar a Unidos do Viradouro, tenta garantir seu terceiro título do carnaval carioca com o enredo Arroboboi, Dangbé, do carnavalesco Tarcísio Zanon.

A história do mito de uma serpente vodum, que se tornou uma divindade após épica batalha entre reinos da antiga região da Costa da Mina, na África. O enredo vai destacar a atuação de um poderoso exército de mulheres negras preparado por sacerdotisas voduns, que tinham no espírito da coletividade e lealdade sua principal arma.

A missão, segundo Zanon contou em divulgação da Liesa, organizadora dos desfiles do Grupo Especial,  é desmistificar o culto aos voduns, que atravessou o atlântico e chegou ao Brasil na figura da sacerdotisa Ludovina Pessoa, pilar de terreiros na Bahia.

Terminado o show de samba, cores, fantasias, narrativas fantásticas, as atenções se voltam para a Quarta-Feira de Cinzas quando finalmente será conhecida a grande campeã do Carnaval Carioca de 2024.

* Com trabalhos técnicos de Tony Godoy.

Cultura Rio de Janeiro 12/02/2024 - 09:02 Rádio Nacional/Pollyane Marques Fabiana Sampaio - repórter da Rádio Nacional Carnaval 2024 Carnaval do Rio de Janeiro escolas do grupo especial segunda-feira, 12 Fevereiro, 2024 - 09:02 5:50