Um jovem britânico, identificado como Adity Verma, de 20 anos, está sendo julgado em Madri, na Espanha, após ter feito uma piada por mensagem de texto dizendo que iria explodir um avião e que integrava o grupo fundamentalista Talibã. Acusado de desordem pública, Verma, citado pela emissora britânica BBC, disse ao tribunal que "a intenção nunca foi causar angústia pública ou danos públicos".

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O caso teria acontecido quando o jovem tinha 18 anos, em 2022. Antes de embarcar para a Espanha, Verma, que segundo a imprensa local seria uma ex-criança prodígio do xadrez britânico, e atualmente cursa Economia na Universidade de Bath, teria mandado uma mensagem no seu grupo de amigos, afirmando que "estava a caminho para explodir o avião” e que era “membro do Talibã".

A mensagem de texto teria sido captada pelos serviços de segurança do Reino Unido, que sinalizaram às autoridades espanholas enquanto o avião ainda estava no ar, informou a BBC. Para o tribunal, a mensagem teria sido captada pelo aeroporto londrino de Gatwick, um dos mais movimentados da Inglaterra.

Dois jatos F-18 espanhóis foram mandados para flanquear a aeronave. Nesse caso, a ação por si só já implicaria em uma dor no bolso para Verma, que seria obrigado a arcar com as despesas causadas pelo acionamento dos jatos, informou a BBC. O valor pode chegar a £ 95 mil (R$ 601 mil) em despesas.

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O jornal conta ainda que, quando questionado sobre o que pensou que poderia significar a aparição dos jatos, Verma argumentou que pensou tratar-se de “um exercício militar relacionado a esse conflito”, em referência à guerra entre a Ucrânia e a Rússia, iniciada em fevereiro de 2022. Aos passageiros, o piloto informou que os caças foram acionados devido a um sinal de socorro, enviado por engano, disse a BBC.

‘Piada’ entre amigos

Na segunda-feira, o universitário disse ao tribunal espanhol, citado pela BBC, que a mensagem era na verdade “uma piada em um grupo privado”, que teria “apenas enviado aos amigos” com quem ele “estava viajando naquele dia”. Quando questionado sobre o conteúdo da mensagem, Verma argumentou que os colegas da escola faziam piadas sobre suas características físicas: “era só para fazer as pessoas rirem”, argumentou.

A polícia não encontrou nenhum material no celular do jovem que o ligasse ao grupo fundamentalista. Em sua busca, entre outras coisas, havia apenas pesquisas sobre os confrontos entre o Paquistão e a Índia e a possibilidade de um ataque do Estado Islâmico à região.

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Na época, o jovem chegou a ser preso após o pouso do avião, em Menorca, ficando em uma cela por dois dias. Ele foi liberado sob fiança de £ 8,6 mil (cerca de R$ 54,5 mil) e, ao voltar para casa em Orpington, no condado britânico de Kent, foi interrogado pelas agências britânicas de inteligência MI5 e MI6.

No julgamento desta segunda, Verma não enfrenta acusações de terrorismo e não corre o risco de ser preso, mas pode ser obrigado a pagar uma multa de até £ 22,4 mil (quase R$ 142 mil) caso seja considerado culpado. À BBC, o tribunal afirmou que o veredito sairá nos próximos dias.