Internacional

Países andinos criam 'rede de segurança' permanente diante da crise das drogas no Equador

Iniciativa começará a valer já no primeiro trimestre deste ano

Agência O Globo - 22/01/2024
Países andinos criam 'rede de segurança' permanente diante da crise das drogas no Equador
Equador - Foto: Reprodução

Bolívia, Colômbia, Equador e Peru criarão a primeira “rede andina de segurança” contra o crime organizado, diante da grave crise que eclodiu em território equatoriano devido à violência do narcotráfico. O anúncio foi feito neste domingo, no fim de uma reunião extraordinária de ministros em Lima, capital peruana.

Entenda em quatro pontos como as prisões do Equador foram dominadas pelo poder das facções criminosas

Colômbia e Equador apreendem dois narcossubmarinos com quase 4 toneladas de cocaína

A rede garantirá “atenção 24 horas por dia, 7 dias por semana, para fornecer e receber informações e/ou solicitar informações de outros países (…) sobre a atividade de grupos criminosos que têm, ou poderiam ter operações transnacionais", indica o compromisso assinado pela Comunidade Andina de Nações (CAN).

O referido órgão de informação e inteligência “iniciará as suas operações a partir do primeiro trimestre do corrente ano”, acrescenta o texto.

Guga Chacra: O Equador e a cocaína nos EUA

De enfermeira à milionária: quem é a mulher do traficante que causou crise no Equador

A ministra das Relações Exteriores do Equador, Gabriela Sommerfeld, saudou o acordo, destacando que ele combate o “medo” que tomou conta dos países na luta contra o crime organizado.

“Fizemos história, escrevemos um novo capítulo na CAN”, disse, exultante, a chefe da diplomacia equatoriana.

“O medo paralisa os países. Vimos que o medo da sociedade civil paralisou o Equador, paralisou os investimentos, aumentou o desemprego e a migração”, comentou.

Mergulhado na sua pior crise de segurança, com centenas de mortes, motins em prisões e ataques explosivos, o Equador enfrentou recentemente o desafio da violência desencadeada por cerca de vinte grupos de tráfico de drogas.

Mulher e filhos de chefe do crime foragido do Equador são detidos e deportados da Argentina

O governo do presidente Daniel Noboa declarou guerra aberta a essas organizações e mobilizou forças militares para conter o ataque dos grupos criminosos.

Como resultado, Peru e Colômbia reforçaram a vigilância em suas fronteiras com o Equador, para evitar a eventual entrada de membros de gangues que tentavam fugir da perseguição militar e policial.