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'Nós mulheres da família temos orgulho', diz filha do técnico Cuca sobre anulação do processo por abuso sexual na Suíça

Defesa do treinador havia solicitado um novo julgamento após condenação por abuso sexual, mas caso acabou fechado por prescrição

Agência O Globo - 03/01/2024
'Nós mulheres da família temos orgulho', diz filha do técnico Cuca sobre anulação do processo por abuso sexual na Suíça

A filha do técnico Alexi Stival, o Cuca, se posicionou nas redes sociais sobre a anulação do processo que ele responde na Suíça por ter feito sexo com uma jovem menor de idade (Sandra Pfäffli, então com 13 anos), em 1987, no hotel em que o time do Grêmio se concentrou durante excursão no país. “Você nasceu para brilhar e ninguém vai apagar isso nosso campeão”, disse Maiara.

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“Depois de mais de 200 dias de muito trabalho e determinação, hoje com imensa alegria saiu a anulação, sucumbência, prescrição e a indenização, tendo, enfim, meu pai resolvido esse problema de uma vez por todas. Agradecemos a Deus e Nossa Senhora por essa graça alcançada. Nós mulheres de sua família temos orgulho deste grande profissional e homem de caráter inquestionável e íntegro”, diz o texto publicado nas redes.

Inicialmente, a defesa contratada por Cuca para rever o caso entrou com um pedido de abertura de novo processo, alegando que ele fora julgado à revelia, sem representação legal. Os autos do despacho da juíza mostram problemas na comunicação entre o advogado de defesa (Peter Stauffer, contratado pelo Grêmio) e o então jogador do clube gaúcho. O defensor se retirou do caso um ano antes do julgamento, em 1989.

A defesa de Cuca reuniu novos elementos e tinha como objetivo provar a inocência do hoje treinador num eventual novo julgamento. O pedido chegou a ser aceito pela Justiça do país. Mas, instado a se manifestar, o Ministério Público local alegou a prescrição do crime e sugeriu anulação da pena e a extinção do processo, o que foi acatado pela juíza no último dia 28.

Importante frisar que o mérito do caso, julgado em 1989, não foi reavaliado pela Justiça local. Não se trata de uma mudança no veredito inicial, mas, sim, de uma extinção daquele processo. Cuca receberá ainda uma indenização de 9,5 mil francos suíços (R$ 54,8 mil). A decisão foi publicada nesta quarta-feira.

“Hoje eu entendo que deveria ter tratado desse assunto antes. Estou aliviado com o resultado e convicto de que os últimos 8 meses, mesmo tendo sido emocionalmente difíceis, aconteceram no tempo certo e de Deus", afirmou o treinador, através de sua assessoria de imprensa, ao comentar a decisão.

Cuca havia sido condenado após envolvimento no caso junto a outros três atletas do Grêmio durante excursão pela Europa, em um hotel em Berna, ainda na época de jogador. Ele e outros dois (Henrique Etges e Eduardo Hamester) foram condenados a 15 meses de prisão e multa. Já o quarto (Fernando Castoldi) foi considerado cúmplice e recebeu uma pena mais branda, de três meses e multa. Nenhum deles cumpriu a pena, pois não estavam na Suíça durante o julgamento e nunca mais retornaram ao país. A anulação do processo só vale para o treinador, e não para os outros condenados.