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Mito ou verdade: Chester é transgênico? Conheça a história real do prato de Natal
Criado para competir com o peru natalino, marca passou a ser comercializada no Brasil na década de 1980

O Natal se aproxima e, para a ceia, surge a dúvida sobre qual ave optar para celebrar a data. O Chester faz sucesso desde a década de 1980, quando foi implementado no Brasil para competir com o clássico peru natalino. Criado em segredo, rumores em torno da ave deram margem ao surgimento de diferentes teorias da conspiração. Ao contrário do que pensam, o Chester existe e é o melhoramento genético de um frango.
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O Chester é uma marca registrada, e não uma espécie. O nome vem da palavra "chest", que é a tradução de "peito". Em 1979, um executivo da Perdigão recebeu a missão de criar uma alternativa para o peru de Natal da concorrente, que era um sucesso de vendas.
Dois técnicos da empresa foram aos Estados Unidos e retornaram com 11 linhagens de uma galinha escocesa. Elas foram direto para uma avícola no interior catarinense. A granja ficava no meio de uma reserva de araucárias, que protegiam as aves de contaminação e garantiam o seu sigilo. Após três anos de desenvolvimento, em 1982, surgiu no mercado o Chester, que foi posteriormente reproduzido por outras empresas.
— O Chester só aparece nas datas festivas por ser uma criação da indústria para competir com o peru, que era uma ave muito cara. A Perdigão fez esse melhoramento genético no frango e criou o Chester, que é maior, mas não chega ao tamanho de um peru. As outras empresas usam nomes diferentes, como o Siesta da Sadia, mas é a mesma coisa — explica a nutricionista Priscilla Primi Hardt.
O tempo de criação do Chester é superior ao do frango convencional e a alimentação é diferenciada: uma dieta balanceada, com vitaminas e minerais, específica para suas necessidades de desenvolvimento. Isso gera diferenças no tamanho e na carne da ave.
Mito do transgênico
Segundo Priscilla Primi Hardt, o Chester é o melhoramento genético de um frango e não é modificado geneticamente.
— É feita uma seleção dos genes do frango, para que seja mais desenvolvida a musculatura do peito e das coxas. O frango, geralmente, é abatido com 30 dias de vida. O Chester já é abatido com 60, com um tempo de criação maior — detalha.
A nutricionista reforça que o Chester é uma alternativa para quem quer gastar menos e manter a tradição natalina. Segundo ela, não são necessárias ressalvas quanto a modificações nos genes.
— Sem medo de ser transgênico, nada disso. O Chester é um melhoramento genético, como é feito com várias frutas, por exemplo. Vamos tirar este mito — reforça Priscilla.
Chester, frango ou peru?
Em relação à qualidade e ao valor nutricional, Priscilla Primi Hardt revela que as três aves são similares, e o consumo vai variar de acordo com o gosto pessoal.
— O peru tem uma carne um pouco mais seca, avermelhada e, nutricionalmente, mais de gordurosa que a do frango ou Chester. Isso também depende do corte. Quando se trata do peito, o valor calórico é bem parecido. Eu acho que, se pensarmos no ponto de vista monetário, o Chester é mais barato que o peru e também entrega qualidade — opina.
Para o Natal, a nutricionista recomenda dar preferência aos cortes magros e a fazer a ave assada.
— A coxa e a sobrecoxa são cortes mais gordos. Então, o ideal é optar pelo peito, seja do frango, Chester ou peru, e sempre preparar assado. Evite fritura de imersão, em que há maior absorção de óleo. O preparo em forno, assado, é mais nutritivo — alerta.
*Estagiária sob a supervisão de Adriana Dias Lopes.
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