A mãe da refém Noa Argamani, de 26 anos, compartilhou nas redes sociais um vídeo em que apela aos membros do grupo terrorista Hamas para que possa ver sua filha novamente. Liora Argamani, de 61 anos, tem câncer cerebral em estágio quatro e afirmou nesta quarta-feira que “não sabe quanto tempo” de vida a resta.

'Sofrerá o maior de todos os golpes': Israel retoma bombardeios após acusar Hamas de violar acordo

Saiba também: Israel conhecia o plano de ataque do Hamas há mais de um ano, diz NYT

Nascida na China, Noa estava no festival de música eletrônica que foi alvo de ataque dos extremistas em 7 de outubro. Um vídeo (que teria sido verificado por seu pai, Yaakov Argamani, ao Canal 12 de Israel) mostra a jovem na garupa de uma motocicleta gritando: “Não me mate!”. Seu namorado, Avinatan Or, de 30 anos, também aparece nele.

Poucos dias após ter sido sequestrada, em 12 de outubro, Noa completou 26 anos. Na ocasião, a família da jovem realizou o tradicional jantar de aniversário em sua casa, ao sul de Israel, com bolo e duas cadeiras vazias na mesa de jantar, representando a ausência da menina e de Avianatan. Na ocasião, Liora disse que ter a filha “levada embora aumenta a dor”.

Agora, a mãe de Noa afirmou: “Tenho câncer no cérebro. Não sei quanto tempo me resta. Desejo ter a chance de ver minha Noa em casa”. Ela também disse: “Se eu não te ver, saiba que fizemos tudo o que podíamos para libertá-la rapidamente. O mundo inteiro ama você”.

Comunidade de luto

No bairro onde Noa Argamani cresceu, a comunidade estava de luto. Alguns de seus amigos estavam entre as 3,5 mil pessoas presentes no festival de música. Muitas das vítimas que inicialmente estavam dadas como desaparecidas foram confirmadas mortas, incluindo Ori Tchernichovsky, amigo de Noa, que morreu no ataque.

— É triste que a data do aniversário dela, e até mesmo a hora exata em que planejávamos fazer algo por ela, esteja se transformando na hora do funeral — disse ao The New York Times Shlomit Marciano, um dos amigos mais antigos de Noa, que não foi ao festival.

Liora Argamani, natural da cidade chinesa de Wuhan, apelou ao principal líder da China, Xi Jinping, por ajuda para libertar a sua filha.

Libertação de reféns

A frágil trégua entre Israel e o Hamas ruiu na manhã desta sexta-feira porque os adversários não conseguiram encontrar um terreno comum para novas trocas de reféns e prisioneiros. Ao todo, 105 reféns do Hamas foram trocadas por 240 mulheres e crianças palestinas detidas em prisões israelenses. Muitos não tinham sido condenados por crimes.

Os reféns libertados pelo Hamas eram, em sua maioria, mulheres e crianças, consideradas a prioridade pelos negociadores israelenses. Em entrevista coletiva, Eylon Levy, porta-voz do governo israelense, disse nesta sexta que "infelizmente o Hamas decidiu encerrar a pausa ao não liberar todas as mulheres sequestradas".

Em 7 de outubro, mais de 1,2 mil pessoas foram mortas, e 240 foram feitas reféns, segundo Israel. Desde então, um cerco foi formado a Gaza, e o fornecimento de água, alimentos e combustível foi cortado. Mais de 13 mil pessoas morreram no enclave, estima o Ministério da Saúde de Gaza.