Internacional
Lula encontra presidente da Guiana nesta sexta-feira enquanto Brasil reforça fronteiras como advertência à Venezuela
Reunião ocorrerá às margens da COP-28, em Dubai
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva marcou para esta sexta-feira uma reunião com presidente da Guiana, Irfaan Ali, para tratar das ameaças de invasão e anexação feitas pelo regime venezuelano de Nicolás Maduro. A conversa ocorrerá às margens da COP-28, em Dubai, no momento em que o Brasil reforçou tropas em Roraima, nas proximidades da tríplice fronteira, para advertir o governo da Venezuela.
A intenção com o reforço de 60 militares em Pacaraima, segundo o Minsitério da Defesa, é "evitar qualquer trânsito de militares venezuelanos pelo território brasileiro".
No mesmo dia da reunião de Lula com Irfaan Ali, o Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), sediado em Haia, deve se manifestar sobre o referendo da Venezuela, marcado para o domingo. A consulta popular pode servir de justificativa para anexação da chamada "Guiana Essequibo", região que responde por quase dois terços do país vizinho. A população irá responder a cinco perguntas para "decidir" se região dever fazer parte do Estado bolivariano.
Ao GLOBO, o governo de Antônio Denarium, de Roraima, afirmou que está em contato com o Exército brasileiro recendo informações da movimentação militar. Denarium embarcou na quarta-feira para Dubai, onde participará da conferência do clima.
Pacaraima é um ponto usual de entrada de venezuelanos que deixam seu país em busca de oportunidades ao Brasil. O Ministério da Defesa brasileiro afirmou também que "vem acompanhado a situação" e que "as ações têm sido intensificadas na região da fronteira" com maior presença militar.
Por um lado, a Guiana, da qual a região de Essequibo faz parte, considera a consulta popular uma ameaça à sua integridade territorial e buscou auxílio internacional, algo que Venezuela como interferência em seus assuntos internos.
Com as maiores reservas de petróleo per capita do mundo, a Guiana lançou em dezembro de 2022 a primeira rodada de licitações para explorar 11 campos de petrolíferos em águas rasas e outros três em águas profundas e ultraprofundas. Caracas, por sua vez, rejeitou as licitações, classificando-as como "ilegais" por envolverem "áreas marítimas pendentes de delimitação".
A tensão aumentou com movimentações militares da Venezuela na fronteira, levando atores internacionais a entrar em cena: os Estados Unidos ameaçaram impor novas sanções ao governo de Nicolás Maduro, e o Brasil, como país vizinho e parceiro, demonstra grande preocupação com uma escalada no conflito.
Na semana passada, o assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência da República, Celso Amorim, viajou a Caracas para tratar do tema com o presidente venezuelano, Nicolás Maduro. Apesar de não ter pedido que o referendo não seja realizado, Amorim pediu a Maduro que busque o diálogo e baixe o tom sobre as ameaças de invasão territorial sob o argumento de que um conflito entre os dois países pode criar "uma situação de instabilidade regional".
A equipe de Amorim recebeu vídeos da campanha que preocuparam o Palácio do Planalto por causa do tom muito incisivo pela anexação da Guiana Essequibo. Lula também conversou, por videoconferência, com o presidente da Guiana, Irfaan Ali. Foi um contato classificado como “urgente” e marcado de última hora para tratar da crise.
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