Internacional
Saiba quem é Michel Nisenbaum, brasileiro desaparecido em 7 de outubro e mantido refém pelo Hamas
Lula conversou em Doha com o emir do Catar, Hamad bin Khalifa Al Thani, sobre a libertação de Nisenbaum, que vive há mais de 45 anos em Israel.
O brasileiro-israelense Michel Nisenbaum vive há mais de 45 anos em Israel. Aos 59 anos, tem duas filhas e quatro netos — e o quinto previsto para nascer no próximo ano —, e trabalha com computação. Ele tinha começado há pouco tempo a atuar como guia turístico, mas desapareceu na manhã do dia 7 de outubro, quando havia saído para buscar a neta de quatro anos em uma base militar na cidade de Re’im, sul do país, onde ela estava com o pai, soldado do Exército israelense. Nesta quinta-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva conversou com o emir do Catar, Hamad bin Khalifa Al Thani, sobre sua libertação.
Mary Shohat, irmã de Michel, contou ao GLOBO que sua sobrinha falou com o pai na última vez por volta das 7h naquele 7 de outubro, quando combatentes do Hamas iniciaram a incursão terrestre e aérea contra Israel meia hora antes. A ligação seguinte foi atendida por outra pessoa:
— Estavam gritando coisas em árabe. No fim, gritaram "Hamas, Hamas". Depois desligaram o telefone e, desde então, não soubemos de mais nada. Começamos a pensar que ele tinha virado refém ou foi morto. Não tem outra possibilidade — disse Mary na semana passada.
Pouco mais de duas semanas depois, em 23 de outubro, a Interpol informou ao Itamaraty o desaparecimento do brasileiro. No dia seguinte, em um comunicado para a imprensa, o Ministério das Relações Exteriores afirmou que a pasta, por meio da Embaixada do Brasil em Tel Aviv, seguia “em contato com as autoridades locais a respeito de brasileiro desaparecido desde 07/10”.
— O notebook dele foi localizado em Gaza, por geolocalização, por isso as autoridades israelenses acham que ele também está lá. Mas não temos 100% de certeza que ele está sequestrado. Dizer para a gente que o notebook está na Faixa de Gaza não significa que ele esteja na Faixa de Gaza também — diz Shohat, que trabalha como enfermeira em Israel, em uma cidade a 50 quilômetros de Gaza.
Além do notebook que foi localizado em Gaza, as forças israelenses conseguiram encontrar o carro de Michel incinerado, há cerca de duas semanas. No contato mais recente com a família, representantes do governo comunicaram que encontraram também o celular dele, que seria averiguado.
— Eles dizem que por enquanto não têm nada [de informação adicional] e que precisamos aguardar com paciência — conta Mary, sobre o contato que tem com as forças de Israel responsáveis pela busca de desaparecidos e de reféns.
Israel estima que cerca de 150 israelenses, estrangeiros e pessoas com dupla nacionalidade estejam sob poder do Hamas. A esperança da família de Michel é que os libertados possam dar pistas se ele está entre os que permanecem em cativeiro. Mary diz que, por um lado, fica contente em ver a liberação dos raptados. Por outro, afirma ser “muito doloroso” não vê-lo entre eles.
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