Internacional
Hamas reivindica atentado em Jerusalém e convoca 'escalada da resistência' contra Israel
Ataque contra civis israelenses ocorre em meio à trégua em Gaza, negociada para a troca de reféns
O Hamas reivindicou a autoria do ataque a tiros contra civis israelenses em Jerusalém na manhã (madrugada em Brasília) desta quinta-feira, e convocou seus militantes a começar uma "escalada de resistência" contra Israel. O ataque ocorreu em meio à extensão da trégua negociada entre o grupo terrorista e o governo israelense. Ainda não está claro o impacto para a troca de prisioneiros agendada para esta quinta-feira e para futuras negociações.
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"Essa operação é uma resposta natural aos crimes sem precedentes da ocupação [como o Hamas se refere a Israel] na Faixa de Gaza e contra crianças em Jenin [na Cisjordânia]", afirmou o grupo em comunicado divulgado horas após o atentado.
Dois terroristas abriram fogo contra pessoas que esperavam em um ponto de ônibus na entrada de Jerusalém Ocidental. De acordo com a polícia israelense, o ataque aconteceu por volta das 7h40 (2h40 em Brasília). Imagens de câmeras de segurança mostram o momento em que dois homens descem de um carro e disparam indiscriminadamente contra os civis. Três pessoas morreram no ataque e seis ficaram feridas.
O Shin Bet, serviço de segurança interno de Israel, identificou os dois homens como palestinos residentes em Jerusalém Oriental. Eles eram irmãos e já tinham passagem por prisões israelenses, segundo autoridades do país, por vinculação a atividades terroristas. Citadas pelo jornal Times of Israel, as autoridades israelenses ainda confirmaram que os dois seriam filiados ao Hamas.
Ainda de acordo com autoridades de defesa israelenses, os homens estavam armados com um fuzil M-16 e uma pistola. Não está claro quantos disparos deram, mas, além dos mortos, várias pessoas foram levadas ao hospital, algumas delas em estado grave. O ataque só parou após a intervenção de dois soldados israelenses, que passavam pelo local, e de um civil armado, que reagiram à agressão.
Pouco depois do ataque, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, pronunciou-se sobre o incidente e afirmou que o governo pretende aumentar a distribuição de armas de fogo à população civil, como medida de segurança a potenciais novos ataques.
"[O governo] vai continuar a expandir a distribuição de armas a civis. Essa é uma medida que se provou [eficaz] muitas e muitas vezes na guerra contra o terrorismo assassino", disse Netanyahu no pronunciamento em vídeo.
Tensões crescentes
Além do ataque em Jerusalém, as Forças Armadas israelenses informaram que dois militares ficaram feridos quando um motorista lançou um carro contra um posto de controle na Cisjordânia, onde a violência entre militares e colonos israelenses e palestinos disparou desde o começo do conflito entre Israel e o Hamas em 7 de outubro.
Os militares foram encaminhados ao hospital e o suspeito do ataque foi neutralizado, informou o Exército.
Ainda não está claro se o ataque em Jerusalém vai prejudicar de alguma forma a troca de reféns por prisioneiros entre Israel e o Hamas. A trégua negociada na semana passada, e ampliada no começo da semana, acabaria às 7h (2h em Brasília) desta quinta, mas uma nova extensão foi anunciada para às 7h de sexta-feira.
“À luz dos esforços dos mediadores para continuar o processo de libertação dos reféns (...), a pausa operacional continuará”, informaram militares israelenses. O Hamas anunciou um acordo para “estender a trégua por um sétimo dia”, ou seja, por mais um dia.
A troca prevista para esta quinta-feira sofreu um breve entrave na noite de quarta-feira, quando o Hamas incluiu na lista de reféns a serem devolvidos a Israel os corpos de três cidadãos mortos durante o conflito. Na manhã desta quinta, o grupo palestino afirmou que uma nova lista foi enviada aos israelenses, com os nomes de 10 reféns que estão vivos, incluindo dois russos com dupla cidadania.
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