Internacional
Milei mantém peronista Scioli como embaixador do Brasil, em novo gesto ao governo Lula
Político experiente e peça-chave na relação pragmática entre Brasil e Argentina durante os governos Fernández e Bolsonaro, embaixador tem como desafio manter o bom vínculo entre os países com Milei
O presidente eleito da Argentina, Javier Milei, anunciou nesta quarta-feira que manterá o peronista Daniel Scioli como embaixador do país no Brasil. A declaração é mais um aceno do ultradireitista ao governo brasileiro, após a futura chanceler do ultradireitista ter se encontrando com o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, em Brasília no domingo, onde reforçou o convite ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a posse. Scioli foi um dos principais articuladores do encontro e é visto como uma peça fundamental para evitar uma crise no vínculo entre as duas nações depois dos ataques de Milei a Lula na corrida presidencial.
O anúncio acontece no mesmo dia em que Milei confirmou Luis Caputo, conhecido como o "Messi das finanças", como ministro da Economia. Aos poucos, o ultradireitista tem revelado mais detalhes sobre o seu futuro Gabinete e demonstrado uma postura mais moderada do que adotada na campanha, inclusive como a participação de pessoas próximas ao peronismo, como Scioli.
Desde 2020, o embaixador argentino era representante do governo do peronista Alberto Fernández e conseguiu, apesar das diferenças ideológicas, estabelecer um bom vínculo entre o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. A habilidade política é um dos ativos para a nova fase da relação entre os países, novamente com orientações políticas divergentes no poder, mas interesses econômicos indissociáveis.
Semana passada, Milei declarou que, se vier à posse, o chefe de Estado brasileiro "será bem recebido”. Mas a presença já confirmada de Bolsonaro acompanhado de uma delegação expressiva é um dos entraves para a participação de Lula. Durante a campanha, o argentino referiu-se ao presidente brasileiro como comunista e corrupto.
Scioli chegou a ensaiar uma candidatura às eleições presidenciais neste ano pelo peronismo, contra a vontade de Cristina Kirchner, mas com a aprovação de Fernández. Uma manobra no ministro da Economia e adversário de Milei no segundo turno, Sergio Massa, frustrou os planos do embaixador, que não chegou a figurar entre as opções nas primárias do partido.
Em 2015, ele disputou as eleições contra o ex-presidente Mauricio Macri, um dos principais aliados de Milei junto com a sua apadrinhada, a terceira colocada Patricia Bullrich. Na época, Scioli foi o nome escolhido por Kirchner.
No passado, o embaixador também foi ministro e governador da província de Buenos Aires.
Mais lidas
-
1LUTA PELA POSSE
Pequenos agricultores de Palmeira dos Índios se mobilizam para não perder suas terras
-
2CAMPEONATO ALAGOANO
CSE está sem caixa para pagar jogadores; clube estreia diante do CSA neste domingo
-
3ACÉFALA
Sem Secretário de Defesa Civil, gestão de Luisa Duarte abandona Palmeira dos Índios à própria sorte em meio ao caos causado pelos temporais
-
4POLICIAL FOI ATINGIDA
Agente socioeducativo morre em troca de tiros com a PC, na Praça dos Martírios, centro de Maceió
-
5ESTUPRO DE VULNERÁVEL
Pai é preso acusado de estuprar filha menor de idade, na cidade do Pilar