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Chuvas no MT e MS reduzem focos de incêndios no Pantanal; veja antes e depois

De acordo com brigadistas do SOS Pantanal, apesar do alívio, os monitoramentos devem continuar na região visto que as chuvas são pontuais

Agência O Globo - 21/11/2023
Chuvas no MT e MS reduzem focos de incêndios no Pantanal; veja antes e depois
Chuvas - Foto: Agência Brasil

Imagens do Fire Information for Resource Management System (Firms), sistema de monitoramento por satélite da NASA, indicam que as chuvas que atingiram o Centro-Oeste no início desta semana apagaram grande parte dos incêndios que atingiam o Pantanal, na região do Parque Estadual Encontro das Águas e Parque Nacional do Pantanal, no Mato Grosso, e no norte do Mato Grosso do Sul. De acordo com brigadistas do SOS Pantanal, apesar do alívio, os monitoramentos devem continuar na região visto que as chuvas são pontuais. (Veja mapa abaixo)

— É um alivio muito grande, mas nem de longe é um sinal de que essas operações devem ser encerradas. Não é uma previsão de chuvas persistentes, são chuvas pontuais. Agora é momento de vigilância e, para nós da fauna, é extremamente importante continuar com o monitoramento para avistar os animais que foram queimados e possam estar precisando de apoio neste momento — informou um brigadista do SOS Pantanal.

No mapa ilustrado pelo Firms, as bolinhas vermelhas simbolizam os focos de incêndios em todo o território brasileiro. Nos estados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, que abrangem o Pantanal, há sete dias enfrentava uma situação crítica em relação às queimadas. Nesta terça-feira, no entanto, os focos reduziram drasticamente e atingem apenas pontos isolados. Apesar de haver a possibilidade de que nuvens estejam encobrindo focos restantes, a expectativa é de que o fogo tenha sido extinto.

Em um novo incêndio, iniciado por um raio no final de outubro, se alastrou entre os dois estados em que fica o bioma — Mato Grosso e do Mato Grosso do Sul — e consumiu mais de 36 mil hectares até a última terça-feira (14). Desse total, 26 mil hectares ficam na região do Parque Estadual do Rio Negro.

Desde o final de outubro, bombeiros, brigadistas e voluntários têm invadido a mata para apagar o fogo — que, impulsionado pelas temperaturas altas, pelo vento forte e pela falta de chuva, continua se espalhando —, mas a região onde estão acontecendo os incêndios é de difícil acesso. O combate às chamas está sendo feito pelo ar, com aeronaves da Polícia Rodoviária Federal, do Ibama e do ICMBio, e por terra.

Na segunda-feira (13), o Governo Federal fez uma reunião de emergência e decidiu enviar mais 90 brigadistas para atuar no combate aos incêndios no Pantanal. Ao todo, 299 servidores federais estão na região. O presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, indicou que haverá reforço para apagar os pontos de chamas:

— Estamos enviando equipe e equipamentos por via terrestre para que a gente possa fazer os atendimentos necessários. Com os ventos intensos e o calor, o incêndio está entrando no Mato Grosso do Sul. Estamos dialogando com as autoridades porque também daremos suporte ao estado. É uma crise grave e eles têm toda nossa atenção — disse Agostinho.

Com o incêndio, vários animais foram mortos, e ninhos de tuiuius, pássaro típico do bioma, e a "casa das onças", no Parque Estadual Encontro das Águas, também foram atingidos pelas chamas. O país enfrenta uma onda de calor, e os estados onde fica o Pantanal estão entre os mais afetados pelas altas temperaturas.