Política
Líder caminhoneiro e investigado por atos antidemocráticos: quem é o deputado acusado pela mulher de ameaça com faca
Parlamentar já é investigado por incentivar caminhoneiros a fecharem estradas como forma de pressionar o Senado a acolher pedidos de impeachment contra ministros do STF
O deputado federal Marcos Antônio Pereira Gomes, mais conhecido como Zé Trovão (PL-SC), apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro, foi acusado, neste domingo, pela noiva de agressão e de tê-la ameaçado como uma faca. Como noticiou a colunista Bela Megale, Ana Rosa Schuster, entrou com um pedido de medida protetiva contra o parlamentar com base na Lei Maria da Penha, e a Justiça atendeu ao pedido.
O parlamentar responde ainda na Justiça outro processo. Ele é investigado no âmbito do inquérito sobre atos antidemocráticos que corre no Supremo Tribunal Federal (STF), acusado de incentivar caminhoneiros a fecharem estradas como forma de pressionar o Senado a acolher pedidos de impeachment contra ministros do STF.
O youtuber paulista ganhou projeção entre bolsonaristas após produzir vídeos com ataques contra o Supremo Tribunal Federal (STF) e o ministro Alexandre de Moraes. Ele era dono do canal no Youtube "Zé Trovão a voz das estradas", que, antes de ser retirado do ar, tinha mais de 40 mil inscritos. Em seus vídeos e postagens, chamava a população para ir a Brasília e exigia a "exoneração dos 11 ministros do STF". Em outras publicações, fez ataques à CPI da Covid, no Senado, além de ter participado de "motociatas" em favor do presidente Jair Bolsonaro.
Zé Trovão chegou a ser preso em 2021 por ordem do ministro Alexandre de Moraes, sob acusação de ter sido um dos idealizadores de manifestações de teor golpista ocorridas no Sete de Setembro daquele ano. Antes de ser preso, o caminhoneiro ficou foragido por mais de um mês no México, quando se entregou à Polícia Federal de Joinville (SC) em 3 de setembro.
Sem condenações, Trovão pôde disputar uma vaga na Câmara dos Deputados pelo estado de Santa Catarina nas eleições do ano passado, ainda que proibido de usar redes sociais e obrigado a usar uma tornozeleira eletrônica. As medidas cautelares foram impostas por Moraes . Inicialmente, Zé Trovão ficou alguns meses em prisão domiciliar.
No início do ano passado, Alexandre de Moraes autorizou o uso de tornozeleira eletrônica. Eleito com 70 mil votos, Trovão foi diplomado em dezembro de 2022, no Tribunal Regional Eleitoral de Santa Catarina (TRE-SC), ainda com o dispositivo de monitoramento.
Zé Trovão retirou a tornozeleira em maio deste ano, quando o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes acatou pedidos da defesa do deputado e determinou a revogação das medidas cautelares impostas contra o parlamentar. Com isso, ele pode também voltar a usar as redes sociais.
PGR a favor de investigação
Em outubro deste ano, a Procutadoria Geral da República entendeu que havia necessidade de uma apuração mais robusta acerca de supostas ameaças feitas por Zé Trovão a Lula. O órgão pediu que Flávio Dino tomasse ciência do caso para, se quiser, solicitar uma investigação.
A manifestação ocorreu após o líder do PT na Câmara, Zeca Dirceu, protocolar uma representação junto ao STF. O documento se referia a um vídeo publicado pelo deputado bolsonarista em que ele distorceu uma fala do petista para afirmar que o presidente teria defendido presos
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