A valorização da ancestralidade é um dos traços mais marcantes na carreira de Feyjão. E não é para menos: a família do cantor tem relatos muito próximos da época da escravidão no Brasil. Autor de músicas como “Reza”, sucesso na voz de Maria Rita; e “Serei luz”, gravada pelo grupo Natiruts, ele se prepara para lançar o álbum "Meu Tom", em 2024.

“Minha bisavó foi escravizada até os 14 anos. Era uma fase final da escravidão, mas o sofrimento ainda era muito grande. Ela era tratada de forma truculenta, não podia sequer estudar. Minha mãe quebrou esse ciclo ao ser a primeira pessoa da família a concluir o ensino médio e, depois, a faculdade. Isso explica muita coisa das dificuldades que enfrentamos, até conseguirmos transformar essa realidade através da educação”, conta Feyjão, que vem ganhando espaço com sua música e já se apresentou ao lado de estrelas como Gilberto Gil e Caetano Veloso.

“Um povo que não conhece a própria história dos seus antepassados é um povo desorientado. O que nos dá alicerce é conhecer de onde viemos para saber para onde estamos indo”, completa.

O cantor será uma das atrações do Prêmio Mulher do Ano, no próximo dia 16, no Fairmont Hotel, em Copacabana. Organizado pelo Cartório 15, o evento vai celebrar, além da ancestralidade, o empoderamento feminino. Pela própria história de vida, trata-se de outra causa defendida por Feyjão:

“A igualdade entre as mulheres e os homens é importante em todos os sentidos. E, se ainda existe preconceito, se uma mulher ainda ganha menos que um homem para fazer o mesmo trabalho, a luta é necessária. Ações como essa do Prêmio Mulher do Ano são fundamentais para essa afirmação”.