A tesoureira da campanha do deputado George Santos, de origem brasileira, se declarou culpada das acusações de que conspirou com o congressista para obter apoio financeiro fraudulento para sua campanha à Câmara dos EUA.

Fraude, lavagem de dinheiro e desvio de verbas: George Santos pode pegar pena de 20 anos de prisão, nos EUA

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Nancy Marks, de 58 anos, é a segunda pessoa ligada ao controverso republicano de Nova York a enfrentar acusações federais. Santos foi indiciado em maio, acusado de roubar fundos públicos e mentir em formulários de divulgação federal, entre outras alegações.

Marks, que atuou como tesoureira do comitê de campanha de Santos para o Congresso em 2022, admitiu que trabalhou com ele para apresentar relatórios falsos à Comissão Eleitoral Federal em nome de sua campanha.

A tesoureira compareceu perante a juíza distrital dos EUA Joanna Seybert em Central Islip, Nova York, na tarde desta quinta-feira, onde se declarou culpada. Ela foi liberada sob fiança de US$ 100 mil (R$ 516 mil) e poderá pegar até quatro anos de prisão quando for sentenciada em 12 de abril. Seu advogado, Ray Perini, não respondeu aos pedidos de comentários da Bloomberg até o momento da publicação.

Marks foi informada pelo juiz que, caso coopere com o governo, sua ajuda será levada em conta na sentença, de acordo com um processo judicial.

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O deputado de primeiro mandato, que anunciou que concorrerá à reeleição no próximo ano, pode pegar até 20 anos de prisão se for condenado pelas acusações mais graves de fraude eletrônica e lavagem de dinheiro, de acordo com a Justiça dos EUA. O caso representa um problema para os republicanos em meio a apelos de ambos os lados para que Santos renuncie. Ele deve retornar ao tribunal em 27 de outubro.

O aperto no entorno de Santos ocorre no momento em que seu voto pode ser fundamental para eleger um novo presidente da Câmara, após a abrupta destituição de Kevin McCarthy na terça-feira. Com apenas 221 republicanos na Câmara, o partido não pode se dar ao luxo de perder muitos votos em seu esforço para reunir-se em torno de um sucessor, em um processo que pode levar várias rodadas de votação.

Embora Santos tenha se declarado inocente, no mês passado os promotores disseram que ele e seu advogado estavam em negociações de acordo e discutindo "possíveis caminhos a seguir".

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Os promotores disseram que Marks e Santos relataram pelo menos 10 membros da família como "doadores laranja" à Comissão Eleitoral Federal (FEC, na sigla em inglês) — juntamente com um empréstimo inexistente de US$ 500 mil (R$ 2,5 milhões) de Santos para a campanha — a fim de inflar seus números de arrecadação de fundos.

Esses números fraudulentos, segundo os promotores, permitiram que Santos se beneficiasse de um programa do Partido Republicano que dava apoio financeiro adicional aos candidatos que atingissem as metas de arrecadação de fundos.

O Comitê Nacional Republicano do Congresso não respondeu imediatamente a um pedido de comentário da Bloomberg. Joseph Murray, advogado de Santos, também não respondeu.

Enquanto isso, Sam Miele, um ex-arrecadador de fundos de Santos, foi acusado pelos EUA em agosto de fraude eletrônica e roubo de identidade por supostamente se passar por um assessor de McCarthy.

Os promotores alegam que Miele enviou e-mails em busca de contribuições para a campanha alegando ser um "assessor de alto escalão de um membro da Câmara com responsabilidades de liderança".