Internacional
Rei da Espanha concede a Pedro Sánchez tarefa de formar novo governo após fracasso da direita
Parlamento espanhol tem até novembro para eleger primeiro-ministro e evitar que sejam convocadas novas eleições

O rei da Espanha, Felipe VI, concedeu nesta terça-feira ao líder do Partido Socialista (Psoe), Pedro Sánchez, primeiro-ministro desde 2018 e segundo colocado nas eleições deste ano, a tarefa de tentar formar um novo governo após o fracasso da direita.
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A informação foi revelada pela presidente do Congresso, Francina Armengol, após a rodada de consultas aos líderes dos partidos políticos que obtiveram representação parlamentar no pleito do último dia 23 de julho.
— Sua Majestade o rei [que desde segunda-feira consultou os representantes dos diferentes partidos políticos] me informou da sua decisão de propor o senhor Pedro Sánchez como candidato à presidência do governo — disse Armengol, em uma breve declaração televisiva.
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Para conquistar a confiança dos deputados, Sánchez precisará contar com o apoio dos separatistas catalães, que exigem em troca uma polêmica anistia para os separatistas acusados em processos judiciais pela tentativa de secessão da Catalunha em 2017.
— Estou preparado para trabalhar para formar o mais rapidamente possível um governo de coligação progressista entre o Psoe e o Sumar [de esquerda], com apoio parlamentar suficiente para garantir a estabilidade que o país necessita, e para continuar a promover políticas progressistas e de coexistência no quadro da Constituição espanhola — declarou Sanchéz no Palácio La Moneda ao anunciar que aceita o pedido do Rei Felipe VI.
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Sánchez confirmou que também se dirigirá ao conservador Partido Popular durante as negociações, mas não com o objetivo de “ganhar o seu apoio”.
— Seria algo que considero descabido conhecendo as suas posições políticas e as alianças municipais e territoriais que o PP de Feijóo está fazendo — explicou o premier em exercício, referindo-se aos pactos do PP e do partido de extrema-direita Vox, com quem , garantiu, não se reunirá.
O primeiro-ministro, no poder desde 2018, terá até 27 de novembro para obter o apoio do Parlamento e evitar que novas eleições sejam convocadas automaticamente para meados de janeiro.
O seu adversário, o conservador e líder do PP Alberto Núñez Feijóo, que venceu as eleições legislativas de 23 de julho, embora sem uma maioria viável, fracassou na sua tentativa de ser empossado na semana passada, quando a maioria dos deputados rejeitou a sua candidatura.
Feijóo advertiu nesta terça-feira que Sánchez tem "menos apoio do que tinha há um mês" e que "semanas de muitas mentiras nos aguardam", em referência às negociações.
— Respeitaremos a proposta do chefe de Estado, apesar de todos aqueles que não respeitaram a proposta feita pelo chefe de Estado quando ele me nomeou candidato — criticou durante entrevista coletiva no Congresso. — Minha candidatura ficou a três votos de ganhar a confiança da Câmara e, portanto, mantive os princípios e o programa eleitoral e, em minha opinião, a dignidade da nação. Mantive meu compromisso de não ser presidente a qualquer preço.
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